A Substância – O filme mais doentio do ano || Criticar.

Olá, minhas belezuras. 

A Substância é o filme deu o que falar em muitos festivais de cinema, e fez todo mundo ficar na ponta da cadeira!  

O Hospício Nerd foi convidado pra conferir A Substância, e gente, já posso adiantar: preparem o coração pra uma experiência bizarra e perturbadora! O filme chega sem muitas promessas, mas entrega um soco no estômago que vai te deixar pensando por dias.

Enredo:

Elizabeth (Demi Moore) é uma atriz veterana que ao completar 50 anos percebe que está descartada de muitos projetos por conta da idade, ela então descobre uma substância que promete rejuvenescê-la, ou melhor duplicá-la, dando a ela um corpo novo que chama de Sue (Margaret Qualley) ela precisa respeitar as regras básicas para que tudo funcione bem, mas quando ela decide burlar algumas regras, consequências acontecem dos dois lados e a insanidade corrompe Elizabeth e Sue.

A Substância, Demi Moore

Demi Moore em “A substância” 

O horror da beleza de Demi Moore:

Faz tempo que eu não saio do cinema me sentindo tão ofegante. É um filme que vai subindo gradativamente o nível de maluquice, perigo e, principalmente, a qualidade do roteiro e das atuações. O “body horror” é usado de forma intensa, e o mais surpreendente é que o filme não se vendeu como uma produção de Body Horror.

Body Horror ou terror corporal,  é aquele terror que explora o corpo humano de forma grotesca, com cenas de violência gráfica e distorções corporais, um bom exemplo disso é o filme Massacre da Serra Elétrica (1974) ou A Mosca (1986)

Nesse filme, o terror corporal serve pra mostrar as imperfeições e perfeições do corpo, ao mesmo tempo que exalta a beleza feminina e o desespero da protagonista em não ser deixada para trás, se submetendo a procedimentos que maltratam seu corpo em nome da carreira.

Refletindo sobre temas como o tempo e a beleza, o filme brinca com a temporalidade, sem nunca dar uma data específica. A estética oscila entre os anos 80 e 90 e tecnologias mais modernas, confundindo propositalmente o espectador. A protagonista, por sua vez, não mostra os sinais da passagem do tempo no corpo a não ser quando quebra as regras simples que ela tinha pra seguir, o que aumenta ainda mais esse clima de estranhamento.

A Substância – Margaret Qualley

Margaret Qualley em “A substância” 

Em alguns momentos, me senti perdido, como se estivesse assistindo a um “Alien” dos anos 80, por causa das maquiagens práticas tão realistas. As cicatrizes, costuras e deformações são tão bem feitas que a gente fica se perguntando como conseguiram criar aquelas cenas. Mas as atuações das protagonistas são tão intensas que a gente se envolve completamente na história e nem percebe o tempo passar. É uma experiência que te deixa na ponta da cadeira, ansioso do começo ao fim e a atuação das protagonistas é o que nos mastiga mais e mais, nos deixando tensos toda vez que elas estão em tela por causa do desenrolar dos problemas que elas causaram ao longo do filme.

Veredito:

A substância traz uma história que reflete sobre o tempo e beleza, e sem a dupla de protagonistas, os efeitos praticos e a direção certeira de Coralie Fargeat, dificilmente o filme teria 1% da tensão que ele tem, tenso quando precisa ser, engraçado quando menos se espera, agoniante, visceral e doentio do começo ao fim. 

O filme estreia dia 19 de Setembro.

Encontre aqui as redes sociais do Hospício Nerd para mais conteúdo como esse!!

Texto por: David Alves 

Fala visitante do Hospício! deixe seu recado aê!