O Corvo – A vingança nunca é plena… || Resenha

Mata a alma e envenena!!

A convite da Imagem Filmes e da Califórnia Filmes, fomos assistir o muito aguardado remake de O Corvo.

A nova versão de O Corvo chega cercada de grandes expectativas, principalmente por se tratar de uma releitura de um clássico de 1994. No entanto, esta resenha propõe uma análise sem comparações com o original, focando apenas no que este novo filme entrega por si só.

Mas antes de continuar, venho salientar que a resenha a seguir NÃO CONTÉM SPOILERS e que REPRESENTA APENAS A MINHA OPINIÃO. Nela busco avaliar os elementos apresentados na tela, desde o enredo e as atuações até a parte técnica e a atmosfera, bastante gótica por sinal, digna de Gotham City.

O Corvo || Hospício Nerd
Copyright Metropolitan FilmExport

TRAMA

Com Bill Skarsgård no papel principal de Eric Draven, o filme também conta com FKA Twigs como Shelly Webster, namorada do protagonista e Danny Huston como o vilão Vincent Roeg. A trama acompanha o casal Eric e Shelly, almas gêmeas que se conhecem de uma forma um tanto inusitada e que são brutalmente assassinadas, no que se descobre depois que foi devido a Shelly ter se envolvido com pessoas altamente perigosas.

Porém, algo sai do controle dos algozes do casal, quando Eric retorna do mundo dos mortos movido por seu imenso amor e desejo de resgatar sua amada das profundezas do submundo infernal. Ele, então, busca vingança contra aqueles que destruíram sua vida e de sua namorada. Embora o elenco entregue boas performances, alguns personagens acabam subaproveitados, como o de Sami Bouajila, cuja importância na narrativa é limitada pouco tempo de cena.

Bill Skarsgård assume bem o papel do protagonista, oferecendo uma performance emocionalmente equilibrada e cheia de brutalidade. Ele transmite a intensidade necessária para o personagem, tornando suas cenas emocionalmente envolventes e cativantes. Por outro lado, FKA Twigs, apesar de ter bons momentos, se limita em algumas cenas transmitindo pouca profundidade que seria demandada para o personagem em cenas importantes. Danny Huston se destaca como um vilão frio e calculista com era de se esperar, contribuindo para o clima sombrio do filme, enquanto Bouajila entrega uma atuação competente, mas cuja importância é minimizada pelo roteiro. Diga-se de passagem, eu particularmente gostaria muito de ter visto mais do personagem.

O filme apresenta uma narrativa interessante, mas que sofre com problemas de ritmo e clareza. Há momentos em que a passagem do tempo e o vínculo entre os personagens não ficam claros, dificultando a conexão com o público e a interpretação de certos pontos. Além disso, o desenvolvimento acelerado de Eric como herói vingador acaba prejudicando a profundidade do enredo. A mitologia por trás da história de O Corvo é instigante, mas pouco explorada, deixando a sensação de que o potencial do filme foi apenas arranhado.

O Corvo || Hospicio Nerd
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ASPECTOS TÉCNICOS

Tecnicamente, o filme se destaca em alguns aspectos, como a trilha sonora, que reforça o tom sombrio e intenso da trama, principalmente nas músicas de abertura e durante o terceiro ato. No entanto, os efeitos visuais ficam aquém do esperado em vários momentos. Enquanto certas cenas apresentam efeitos com boa qualidade, outras acabam comprometendo a imersão, com cenas que evidenciam um trabalho apressado na pós-produção. Felizmente, o ato final traz uma melhora nos efeitos, mas ainda é impactado pelas falhas anteriores.

EM RESUMO…

Em resumo, O Corvo me trouxe uma mistura de emoções, onde por um lado eu aproveitei e me envolvi no filme, mas por outro sinto que poderia ter sido mais bem explorado, deixando um leve retrogosto de “poderia ter sido melhor”. Embora traga momentos visualmente impactantes e uma trilha sonora eficiente, o filme tropeça em aspectos narrativos essenciais, como a lógica temporal, a construção do romance e a exploração da mitologia. Com personagens promissores, mas subaproveitados, o filme resulta em uma obra que, apesar de suas qualidades, deixa lacunas importantes que comprometem sua eficácia como uma atualização do clássico gótico.

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