Parece que o jogo não veio como a gente esperava.

A espera acabou. Um dos jogos mais aguardados dos últimos tempos chegou no dia 10 de dezembro. Desenvolvido e publicado pela CD Projekt Red para PC, PS4, Xbox One e Google Stadia, Cyberpunk 2077 promete deixar o jogador imerso na cidade de Night City em um mundo cyberpunk futurista. Será que ele cumpre o que promete?

Antes de irmos para o review de fato é necessário dizer que eu joguei no PlayStation 5 graças à retrocompatibilidade com a versão de PS4. Jogo já gerou muita polêmica na internet devido a bugs e problemas de desempenho nos console base PS4 e Xbox One. Então digo, ainda não saíram atualizações o suficiente para corrigir os problemas que vêm ocorrendo nesses consoles. Ainda não vale a pena jogar nessas plataformas. Dito isso, vamos lá.

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A história segue o protagonista V, que é completamente personalizável, podendo escolher gênero, cabelos, implantes cibernéticos, tamanho da genitália, dentre muitas outras coisas. O que é meio estranho, já que seguimos uma perspectiva em primeira pessoa e só podemos ver nosso personagem no menu ou em espelhos. No início podemos escolher entre três origens diferentes, o que muda um pouco as primeiras missões e mais algumas escolhas no decorrer do jogo. Vivemos em Night City em um futuro cyberpunk não tão distante em 2077. Como em toda boa obra cyberpunk temos uma cidade suja, dominada por megacorporações e com muita violência, aparentemente os avanços tecnológicos só prejudicaram as pessoas.

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V é um mercenário que completa diversos serviços para ganhar dinheiro, mas em uma dada missão se vê sem saída, e acaba com um biochip alojado em sua cabeça, e junto dele, o construto virtual de Johnny Silverhand, um roqueiro terrorista muito famoso de Night City, interpretado por Keanu Reeves. Após este ponto, nosso objetivo principal passa a ser evitar que este construto cause sua morte. Fiquei imerso em Night City graças a todas as suas construções imponentes, NPCs com os mais variados e curiosos diálogos e as sidequests tão boas e complexas quantos as quests principais. A verticalidade da cidade chama bastante atenção, visto que podemos acessar a área interna de muitas construções. A baixa densidade demográfica porém, me decepcionou um pouco. A cidade é vazia de carros e pessoas. Amantes de carros inclusive vão adorar os veículos futuristas maneiríssimos, que podem ser dirigidos em primeira ou terceira pessoa.

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Falando um pouco de gameplay agora, podemos começar pelo combate, que é muito satisfatório e rápido. Podemos usar armas de fogo, armas brancas, granadas, implantes como lâminas em nossos braços, ou hackear inimigos e objetos. Ainda podemos ter uma abordagem mais stealth se quisermos. Opções não faltam. Como RPG, Cyberpunk 2077 é bem completo. Traz uma variedade enorme de equipamentos. Além das armas e vestimentas, temos implantes cibernéticos, estes que só podem ser instalados por um medicânico, vale dizer que a localização para o nosso idioma ficou excelente. Apesar de o combate ser bom, a inteligência artificial dos inimigos não é muito, vamos dizer, inteligente. Por muitas vezes enfrentei inimigos que ou ficavam parados ou não sabiam o que fazer. Achei o jogo bem fácil, do início ao fim.

Ainda sobre sua parte RPG. Temos cinco status principais para dar upgrade, corpo, reflexos, habilidade técnica, moral e inteligência. Cada um deles afeta bastante nossa forma de jogar. Eu preferi apelar para “corpo”, tendo mais HP e força física e podendo abrir muitas portas na força mesmo. Outros poderiam optar por habilidade técnica, para hackear muitos sistemas. Além desses status temos 12 árvores de habilidades passivas ou ativas, que também afetam muito a sua gameplay. Eu particularmente optei por melhorar o meu combate por armas de fogo e lâminas. Ainda temos um sistema de criação e upgrades, que não achei tão útil, já que todos os equipamentos que usei durante a jornada consegui por meio de drops. A interação com NPCs é constante, temos um celular que recebemos ligação a todo momento e podemos trocar mensagens de texto, através disso recebemos muitas missões.

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Agora falando sobre a parte técnica. Aqui que moram a maior parte dos problemas do jogo. Mesmo após inúmeros adiamentos Cyberpunk ainda não saiu redondo. É até difícil citar todos os bugs que tive nas minhas mais de 30h de gameplay. Armas flutuantes, missões que não completam, NPCs que somem do nada, elementos da interface que ficavam congelados, isso sem se falar os crashes. Até diria que tive bugs mais tranquilos, comparado a tudo o que vi pela internet. Como eu disse no início, joguei em um PlayStation 5, logo não tive problemas de desempenho. As versões dos consoles da geração anterior, além dos bugs, possuem muitos problemas de desempenho, como queda de FPS. Tudo isso fez com que a CD Projekt Red oferecesse reembolso aos jogadores. A empresa promete lançar patchs em janeiro e fevereiro para corrigir esses problemas.

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Finalizando mais este review. Cyberpunk 2077 é um jogo muito aguardado desde seu anúncio em 2013 e por diversos problemas, que não vale a pena entrar no mérito aqui, acabou não saindo como queríamos. É uma boa experiência de mundo aberto em um mundo cyberpunk. Achei a história principal bem curta para um game desta magnitude, levei em torno de 20h para completar as main quests, mesmo tendo me desviado para muitas side quests. Joguei um total de 30h, pois as side quests são excelentes. Não posso deixar de citar que a história tem vários finais possíveis, o que dá um certo fator replay da última missão pelo menos. Vale a pena jogar? Se você está em um PS4, Xbox One ou em um PC não tão bom, definitivamente não vale. Em um PS5, Xbox Series X ou um PC bem potente, talvez ainda valha esperar mais correções de patchs ou uma queda de preço. Fica a nossa torcida para que os problemas sejam corrigidos e que enfim, Cyberpunk 2077 se torne tudo aquilo que foi prometido.

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