Respira – Um drama frenético! || Resenha

Drama médico!!

Parece que as séries médicas estão em alta, seja pelo sucesso de Grey’s Anatomy, que já está em sua 18ª temporada, The Good Doctor, entre outras. Respira chegou para adicionar ao catálogo de séries médicas da Netflix, e, apesar de não precisarmos de mais sangue, você pode ter certeza de que ficará vidrado do começo ao fim desta série espanhola.

Criada por Carlos Monteiro, o mesmo diretor de Elite, a série traz uma trama que promete abordar temas relevantes, como a saúde pública na Europa. Contudo, ao longo dos episódios, encontramos muita tensão, uma pitada de romance e questões éticas, levando o público a se questionar se a série conseguirá equilibrar todos esses elementos de forma satisfatória.

De antemão, podemos compará-la facilmente com sua antecessora, Grey’s Anatomy, mas com uma grande diferença: aqui, a história se passa em um renomado hospital público, que atende principalmente pessoas desfavorecidas, resultando em greves dos profissionais que buscam melhorar as condições do local.

A história gira em torno de um grupo de residentes médicos no Hospital Joaquín Sorolla, que enfrentam os desafios diários de salvar vidas em um sistema público de saúde que entrou em colapso. Liderados por Biel (Manu Rios), os jovens se veem divididos entre a vida profissional e pessoal. Não podemos negar que, apesar de tudo, são recém-formados e, por isso, também querem aproveitar a juventude; paixões e festas surgem ao longo do caminho, enquanto tentam lidar com a responsabilidade de salvar vidas.

O drama atinge seu clímax quando uma greve geral estoura e, sem nem os serviços básicos, eles acabam colocando a vida dos pacientes em risco. Além disso, os profissionais envolvidos correm o perigo de perder suas carreiras.

Manu Rios já é conhecido do grande público; seu trabalho é sempre espetacular, transmitindo verdade apenas com o olhar. Najwa Nimri, interpretando a presidenta da Comunidade Valenciana, entrega uma atuação carismática e provocante, enquanto Aitana Sánchez-Gijón, no papel da Doutora Pilar, traz credibilidade e profundidade à personagem.

Respira se propõe a ser uma crítica social à precariedade do sistema de saúde pública, abordando temas como a falta de recursos, a pressão política e as consequências dessas falhas na vida dos profissionais e dos pacientes. No entanto, essa mensagem muitas vezes se perde em meio a tramas pessoais excessivamente dramatizadas e situações inverossímeis.

Por fim, Respira tem um ritmo frenético que prende os telespectadores do começo ao fim. No entanto, o drama pessoal dos médicos acaba se sobressaindo em relação às questões sociais. Ainda assim, é um ótimo entretenimento para quem busca uma série envolvente, sem se aprofundar tanto no lado político.