The Acolyte: Primeira temporada || Resenha

O fim chegou!!

The Acolyte chegou ao final, e é hora de falar sobre a série e seus pecados, sem spoilers e com uma frustração fervorosa no coração.

Não teremos spoilers aqui, mas você pode conferir a resenha detalhada de TODOS os episódios, repleta de spoilers, aqui. 

Episódio 1 e 2, episódio 3, episódio 4, episódio 5, episódio 6. Episódio 7 

Um dia, um fã de Star Wars assistiu “O Episódio IX: A Ascensão Skywalker” e disse: “Esse filme é horrível, não tem como a Disney fazer algo de Star Wars pior do que isso. Eu duvido que possa existir algo pior.”

E a Disney respondeu: “Você duvida? Então aguarde e confie.”

Depois de lançar séries que exploram o período antes, durante e depois do Império, The Acolyte decidiu contar a história dos Jedi na Alta República, muito antes de “Star Wars: Episódio I – A Ameaça Fantasma”. Um período ainda não explorado no audiovisual, mas que conquistou o coração dos fãs com os livros e quadrinhos da Alta República, mostrando os Jedi como guardiões da paz e estudiosos da Força, não como generais arrogantes ou sobreviventes desesperançosos.

O Enredo

Cem anos antes de Anakin Skywalker conhecer Qui-Gon Jinn e Obi-Wan Kenobi em Tatooine, os Jedi mantinham a paz na galáxia. O problema surge quando mestres Jedi começam a ser mortos por um misterioso usuário da Força, que não possui sabre de luz, mas é treinado no lado sombrio.

Do outro lado da galáxia, Osha é suspeita dos assassinatos e é presa pelo seu antigo mestre, Sol, que acredita em sua inocência. Ele precisa da ajuda de sua antiga padawan para descobrir quem está matando os Jedi e se esse usuário da Força é ou não um lorde Sith, que deveriam estar extintos.

As Coisas Boas

O elenco é muito competente (com exceção de um membro, que comentaremos depois), estabelecendo personagens Jedi com personalidades distintas. Yord é o cavaleiro Jedi focado e questionador, sempre obedecendo estritamente os códigos Jedi. Jecki é uma padawan centrada em seguir ordens, mais fria e controlada em seus sentimentos. Mestre Sol, equilibrado e poderoso, lembra muito Qui-Gon Jinn, questionador e teimoso com as ordens superiores. Mestra Indara, embora apareça pouco, brilha ao fazer sentido no universo Jedi.

No geral, o elenco conduz bem a história, mas enquanto os personagens ajudam, a história em si não retribui o favor.

As Coisas Ruins

A série prometeu um mistério sobre Jedi sendo mortos por um inimigo desconhecido, problema que é resolvido nos dois primeiros episódios. Depois disso, o enredo parece estagnar, não valorizando os personagens e transformando-os em meros enfeites. Sabres de luz em forma de chicote, mistério sobre o assassino, Wookies Jedi, raças alienígenas diferentes – tudo parece decorativo. A saga sempre foi uma mistura de gêneros: faroeste, samurai, ficção científica, fantasia, etc. Então, misturar a saga com investigação seria muito bem-vindo se soubessem trabalhar isso, mas não souberam.

A série tenta abordar várias tramas ao mesmo tempo, mas não consegue desenvolver nenhuma de maneira convincente, resultando em episódios mal ritmados. Os dois primeiros episódios introduzem bem a história, mas os demais parecem estar fora de ordem e mal dirigidos, prejudicando muito o ritmo da série. E as resoluções enrolam tanto pra acontecer que quando aparecem, é difícil se importar com aquilo, fica parecendo piada do Chaves no festival da boa vizinhança. 

– O que diz a carta ? 

– Oh, é algo terrível! 

Aí a série enrola sobre as resoluções enquanto tenta fracassada mente entreter com o que sobrou do enredo e dos personagens. E depois volta 

– Oh, o que disse que dissestes que dizia a carta? 

– Oh, é algo terrível? 

– O que é? 

– Não sei, me entregaram um papel branco… 

Parece que The Acolyte foi feita para um público mais jovem, talvez aqueles que consomem conteúdo em plataformas como TikTok. A montagem das cenas, os relacionamentos forçados e a curta duração dos episódios mostram como a série foi projetada para gerar vídeos curtos e dramáticos na internet – vídeos que farão a série parecer melhor do que realmente é. Como já foi dito, a série brilha quando os personagens estão calados. Quando eles ligam os sabres de luz e começam a lutar, tudo parece maravilhoso. Mas, quando o elenco decide abrir a boca, por melhor que seja o ator, a série desanda e bate no muro

Conclusão

Das duas, uma: ou The Acolyte foi feita por alguém que não entende nem gosta da saga, ou é como uma Ferrari pilotada por alguém que mal sabe dirigir um carrinho de controle remoto. Toda essa potência e potencial desperdiçados em troca de visualizações e ganhar fama por meio do bafafá da internet, do hate que a série e sua equipe querem causar de propósito pra gerar debate na internet, invés de se concentrar em criar um roteiro bom que faça a série ser bem falada pelos motivos certos. 

The Acolyte precisa melhorar muito para se tornar uma série ruim, porque nem qualidade para ser medíocre ela tem.

 

Todos os episódios de The Acolyte estão na Disney Plus.

 

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Texto por: David Alves 

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