A Filha do Rei do Pântano – Não precisamos de uma pai desses! || Resenha
Se liga!
Se você, assim como eu, não gosta de terror, fique tranquilo. O filme é um belo suspense com alguns jumpscares pelo caminho que farão você dar um pulinho de leve da cadeira, mas nada de outro mundo. Trata-se de uma adaptação do livro escrito por Karen Dionne, onde conheceremos Helena (Daisy Ridley), que aparentemente tem uma vida comum com seu marido e filha. Contudo, ela guarda diversos segredos obscuros que girarão em torno de sua vida para sempre.
Ela nasceu em cativeiro; seu pai sequestrou sua mãe e a escondeu numa cabana em um pântano macabro, o que resultou em seu nascimento. Sim, também achei parecido com ‘O Quarto de Jack’, pois ambos não conheciam nada além da vida no cativeiro. Isso não é vida para ninguém. Isso mostra como algumas pessoas podem ser extremamente malvadas e não ter amor pelo próximo
Sua infância foi completamente presa em um único lugar, já que a pessoa que ela mais amava manteve Helena e sua mãe em cativeiro por 12 anos. Agora, aos 30 anos, com uma família formada, ela precisa enfrentar seus medos de frente para proteger aqueles que ama.
De fato, as relações entre pais e filhos já foram abordadas em outros filmes, como ‘Uma Lição de Amor’ ou ‘Aftersun’. Todos eles mostram como a relação com nossa família pode moldar nosso caráter e influenciar os caminhos que escolhemos seguir. Após anos, podemos ver como isso afetou negativamente a protagonista, já que ela não consegue confiar em ninguém, nem mesmo em seu marido, que a ama profundamente.
O responsável pela direção é Neil Burger, o mesmo de ‘Divergente’ e ‘O Ilusionista’. Ele conseguiu criar uma narrativa que mantém os telespectadores tensos do começo ao fim. Sua direção foi brilhante. No entanto, não podemos deixar de parabenizar Daisy Ridley, que consegue transitar de uma personagem amargurada por tudo que passou para alguém amorosa em questão de segundos.
Além disso, Mark L. Smith é o roteirista do projeto, e não faltam cenas que mostram o pântano macabro, nos inserindo naquela realidade e fazendo o público se sentir como se estivesse na situação. Quanto à fotografia, é de tirar o fôlego, e a trilha sonora é um show à parte, deixando-nos ainda mais tensos e sem vontade de desviar o olhar da tela. A trama é um suspense mais lento, sem cortes rápidos que geram uma sensação de agilidade. Por ser mais arrastado, ele gera uma angústia no público, o que pode torná-lo menos acessível para todos, especialmente para aqueles que não têm familiaridade com o gênero. O filme é bom, mas aqueles que apreciam suspenses vão amá-lo ainda mais.