A Menina Que Matou os Pais: A Confissão || Resenha

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Hora da verdade!

Depois de dois anos de espera, a conclusão cinematográfica do Caso Richthofen finalmente chegou ao Prime Video.

A Amazon Prime Video foi responsável por distribuir os filmes do Caso Richthofen em seu catálogo. A menina que matou os pais e O menino que matou os meus pais, foram planejados para serem lançados nos cinemas em 2020, porém devido à pandemia isso teve que ser replanejado até o streaming aproveitar essa oportunidade para adquirir os direitos das produções que tinham uma proposta ousada.

Sendo baseados nos arquivos públicos que relatavam o caso, os dois filmes contavam a mesma história por pontos de vista diferentes, mostrando o início da relação entre Suzane e Daniel, até a noite do crime. Dessa forma, ele foi planejado para que a pessoa comprasse o ingresso no cinema para ver um, e já saísse para ver o outro, estrategia perigosa e incomum, e mandar essas produções para o streaming salvou esse planejamento, uma vez que nada diferencie muito ambos os filmes a ponto do espectador pensar que viu dois filmes totalmente diferentes. Demorou um pouco até a continuação ser confirmada, essa que mostraria como foi o processo de investigação da polícia de São Paulo em descobrir o que aconteceu. A Menina Que Matou os Pais: A Confissão, tem essa proposta, e consegue ser superior aos filmes anteriores.

A Menina que Matou os Pais - A Confissão
Fonte: Prime Video

Um dos pontos positivos, é o ar de True Crime que preenche o filme, contando com uma equipe da polícia que está investigando o caso, porém contando com alguns diálogos expositivos que conseguem causar desconforto, o diretor não parece sentir confiança que o público vai conseguir absorver algumas pistas e detalhes sozinho, então coloca os policiais para falarem cada detalhe, às vezes gritando. Não basta o filme mostrar Suzane e Daniel serem interrogados e ambos darem respostas diferentes no interrogatório, ele sente que precisa colocar a delegada falando aquilo, como se fosse um detalhe tão obscuro que nem de para notar. Além de estar o tempo todo correndo contra o tempo, cada um dos filmes tem certa de 1h40, a experiência completa, portanto seria de 5 horas de história caso fosse assistido um seguido do outro, e por isso as produções parecem corridas até demais, não tendo tempo de se aprofundar em alguns detalhes. Neste caso, se a produção fosse uma série, a experiência seria mais proveitosa.

Apesar de alguns problemas, um dos pontos fortes é o elenco, com foco em Carla Diaz que interpreta Suzane, a personagem parece o tempo todo estar fingindo para todos, manipulando algumas peças, às vezes bancando a tonta para sair por cima, e quando ela se descontrola e começa a gritar e chorar, é um show de atuação vindo da atriz que consegue entrar na pele de uma mulher que definitivamente ninguém deveria confiar, debaixo dos sorrisos falsos, dos choros e do olhar de orgulho, é quase impossível saber o que Suzane está pensando, e se fosse a personagem não fosse baseada em uma figura relativamente popular, é muito capaz do público até simpatizar com Suzane, mas a montagem do filme nos lembra com insistência como ela é aquele escorpião que quer sua ajuda, mas vai te picar se isso for melhor para ela.

A confissão consegue ser uma conclusão muito boa para a trilogia, ela não vai impressionar, mas vai te entreter, especialmente durante a investigação policial, e como o gênero True Crime é muito consumido, ter produções que abordem casos brasileiros é uma maneira interessante dos streamings mirarem no Brasil para entender quais tipos de produções podem ser feitas, series como Dahmer, da Netflix mostram como esse gênero é interessante ser contado, porém, isso demanda uma enorme responsabilidade, o público precisa entender que aquelas pessoas no fim das contas são monstros, e não objetos de adoração. E nesse ponto, A confissão consegue se sair muito bem.




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