Alien: Romulus – Uma grande surpresa de 2024 || Resenha.
O melhor filme de terror de 2024 ?
Alien: Romulus chegou como uma mistura do que funcionou no passado com uma pitada de originalidade e um diretor muito competente.
Enredo
Situado entre os eventos de Alien, o Oitavo Passageiro (1979) e Aliens, o Resgate (1986), acompanhamos a história dos irmãos Rain e Andy, que vivem em um planeta-colônia e sonham com uma vida nova longe dali. Quando a chance de escapar não aparece como eles esperavam, surge a oportunidade de explorar a nave Romulus. Talvez assim possam finalmente encontrar o que procuram. O problema é que a nave supostamente abandonada não está tão deserta assim, e agora eles precisam lutar pela sobrevivência em um ambiente isolado, repleto de aliens.
Rain e Andy em Alien: Romulus.
O Novo Rumo
Fede Alvarez pode não ser um diretor tão famoso quanto outros da atualidade, mas já provou que merece atenção. Ele foi responsável por A Morte do Demônio (2013), que trouxe o gore exagerado da franquia, elevado a níveis ainda mais grotescos para a nova geração, sem perder o humor ácido. Em seguida, dirigiu O Homem nas Trevas, onde um grupo de ladrões invade a casa de um senhor cego, mas acaba sendo caçado por ele em um ambiente escuro e claustrofóbico.
Agora, misture a claustrofobia desses filmes com personagens perdidos, tentando fugir de um inimigo altamente perigoso sem saber como reagir ou se proteger. Pronto, temos Alien: Romulus. Uma combinação perfeita do clima de tensão e da sensação de isolamento em corredores apertados, como a tripulação de Ripley no primeiro filme, e da ação eletrizante do segundo. Alvarez consegue escapar dos clichês dos filmes de terror convencionais porque conhece bem esse universo.
Nos primeiros 30 minutos, talvez menos, acompanhamos a rotina dos irmãos e da equipe que os chamou para a missão, o que nos faz criar um mínimo de afeição e curiosidade por eles, mesmo sabendo que, pelo menos metade da equipe está lá apenas para ser ceifada pelo Xenomorfo. E mesmo assim, a sensação de saber que a estrela do filme é o Alien, sem ter ideia de quando ele vai aparecer, é de roer as unhas. Essa é uma herança de Ridley Scott, que dirigiu o primeiro filme, onde vemos muito pouco da criatura. O clima de tensão em torno da segurança do grupo é muito mais aterrorizante do que mostrar o vilão o tempo todo. Quando o Xenomorfo aparece na tela, a situação está realmente ruim para os personagens, mas quando não sabemos onde ele está, a sensação é bem pior.
Melhor terror do ano?
Talvez não seja o melhor filme do ano, e alguns nem o considerem terror, mas Alien: Romulus é uma das maiores surpresas do ano. Após a franquia tentar se expandir de maneiras duvidosas, como em Prometheus, é ótimo ver uma produção que retorna às origens e ainda adiciona novidades que vão atrair tanto os fãs antigos quanto os novatos. A trama conta com personagens minimamente inteligentes, com motivações claras e carisma suficiente para que nos importemos com eles e temamos por suas vidas, sem saber como eles vão se salvar.
Alien: Romulus é um filme de alta qualidade, especialmente na direção, que extrai tanto de tão pouco, usando efeitos práticos que dão um ar de seriedade e periculosidade muito maior do que se fossem feitos em CGI. Pode ser o início de um novo futuro para a saga, desta vez sem tentar desvendar a origem dos aliens ou expandir a história de forma questionável, mas devolvendo aquela sensação de isolamento e a certeza de que, no espaço, ninguém ouvirá seus gritos.
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Texto por: David Alves