Belfast – Final dos anos 60. Uma rua. Uma Família! || Resenha
Conflitos religiosos entre protestantes e católicos.
Esses são os ingredientes de Belfast, filme de Kenneth Branagh, que já dirigiu bons filmes como Assassinato No Expresso Do Oriente e Thor, além de outros e atuou em filmes como o confuso, porém excelente Tenet e Dunkirk. Bem galera, a resenha à seguir, é MINHA opinião sobre o filme e não contém spoilers. Para uma experiência melhor, assista o filme e tire suas próprias conclusões.
A trama.
Belfast, capital da Irlanda do Norte, local de nascimento de Kenneth, é o nome e onde o filme se passa, contando uma história, acredito eu, não muito conhecida pela maioria mundo afora. O filme começa colorido, mostrando alguns pontos da cidade e muda para o preto e branco, sendo esse o tom usado até o final. Retratado em 1969, a Irlanda lidava com conflitos religiosos, em que protestantes, queriam expulsar os católicos de lá. E isso, chega até uma rua, onde moram o protagonista Buddy ( Jude Hill), uma criança que viva feliz ali, tendo suas preocupações inerentes à sua faixa etária, como por exemplo, conquistar a crush na escola.
Buddy vive com seu pai (Jamie Dornan), sua mãe (Caitriona Balfe), seu irmão Will (Lewis McAskie) e seus avós (Ciarán Hinds e Jude Dench), numa casa simples, porém com muito amor entre eles,É bom ver, quando os atores tentam pegar papéis diferentes, dos que os projetaram mundialmente. Falo isso, por ver Jamie Dornan, bem longe de Chistian Grey, de 50 Tons de Cinza, saindo de um estereótipo e, talvez, de uma possível limitação. O pai trabalha na Inglaterra e por isso, fica muito ausente em sua casa, mas sempre que volta, tem um relacionamento amável com todos. A mãe, fica encarregada da criação e educação dos filhos. A relação dos pais de Buddy, fica estremecida, quando as contas apertam e eles tem que tomar uma decisão.
No fim das contas.
Mas antes de poderem discutir sobre o assunto, acontece um ataque na rua de sua casa, onde protestantes quebram janelas, ateiam fogo em um carro, jogam pedras e ameaçam bater nos moradores, caso estes, não saiam dali. O filme trata dessa questão sócio-político-religiosa, mostrando tudo pela visão de Buddy. Mostra a boa relação que sua família, protestante, tem com seus vizinhos católicos. Mostra, com doçura, o flerte dele com Catherine (Olive McDonald). Quando ocorre o ataque, vemos a angústia e desespero em seus olhos, fugindo do conflito, que ele nem tem idéia do porque está acontecendo.
Acredito que Buddy seja uma representação do próprio Kenneth Branagh pois, como disse antes, ele é nascido em Belfast, viveu esse período conflituoso e o filme, seriam suas memórias desse tempo complicado por um lado, porém simples por outro. Essa simplicidade, está implícita nas relações interpessoais, como por exemplo, do avô ensinando matemática para Buddy. Com um roteiro sem nada demais, porém bem escrito e bem amarrado, Belfast é um filme divertido, que vale a ida ao cinema.
Para mim, ficou uma reflexão. Mesmo com tudo de ruim que tava rolando, eles se uniram e viveram suas vidas no aconchego de coisas leves, como amizade, amor da família e a inocência das crianças. Acho que podemos pegar essa bagagem para nós e tentarmos fazer o mesmo. Vivermos mais próximos daqueles q nos amam.
Lembrando que é a MINHA opinião sobre Belfast. Dê uma chance ao filme e vá lá assistir.
Abraços. Juggernaut.