Bom Dia, Verônica. O fim de Veronica Torres || Resenha
Olá, hospicianos.
Bom dia, Verônica se tornou um trunfo para a Netflix, uma série brasileira que adapta o livro de mesmo nome escrito por Raphael Montes
O livro conta a história de Verônica Torres que decide investigar um suposto criminoso envolvido no sequestro de mulheres, o problema começa quando ela descobre que esse homem é muito respeitado dentro da polícia, Verônica se vê não apenas contra a própria polícia mas também pode estar entrando na mira de uma facção criminosa muito perigosa.
A primeira temporada adapta muito bem o livro e a Netflix foi além colocando uma sequência para os acontecimentos nas temporadas seguintes, ampliando os perigos que Verônica vai encontrar no caminho e tentando proteger sua família enquanto entra de cabeça na investigação que toma proporções muito maiores do que qualquer um imaginava.
A terceira temporada chega para dar um ponto final na jornada de Verônica, suas pistas a levaram desde o sequestro de mulheres, passando por um culto cujo líder é investigado por assédio sexual, e agora ela é levada ao último vilão que mantém mulheres em cativeiro e cabe a Verônica saber o que está acontecendo.
As três temporadas tem um ponto que é indiscutivelmente positivo, a Verônica e seus inimigos. Taina Muller interpreta a protagonista que cresce ao longo da história, uma personagem inquieta e apaixonante porque ela é quem grita por quem não tem voz ou tem medo de abrir a boca. No lado oposto, na primeira temporada temos o Brandão Interpretado por Eduardo Moscovis, que tem uma postura bruta, parecendo um cachorro violento que você nunca sabe quando ele vai dar o bote, e que é muito respeitado dentro da polícia.
Na segunda temporada temos Matias Interpretado por Reynaldo Gianecchini que é um líder de culto que diz realizar milagres, um homem midiático e quase mítico, que usa sua esposa e sua filha interpretada maravilhosamente por Clara castanho, como arma para mostrar como ele é um homem de bem, dos bons costumes, e mesmo assim esconde uma personalidade maníaca debaixo daquele sorriso
A terceira temporada apresenta jerônimo, o terceiro irmão, interpretado por Rodrigo Santoro, o que prometia ser talvez o mais perigoso, ou pelo menos o mais cruel, pois os outros têm medo dele. E Santoro conseguiu entrar na pele de um vilão controlado, de falar baixa, mas tão excêntrico quanto os outros, e tão perverso quanto eles. Ao seu lado temos sua mãe interpretada por Maitê Proença que mantém o controle dos esquemas
Mas com seus pontos muito positivos, a série da Netflix acompanha momentos bem negativos, lembrando que isso reflete apenas a opinião de quem escreve e não uma verdade universal. Ao longo das temporadas a Verônica assume um papel maior, ela se torna mais fria a medida que fica mais cautelosa, e a atriz sabe guiar perfeitamente a personagem da maneira certa, uma personagem poderosa e maravilhosa que enche os olhos.
O grande problema é que a série cresce e parece passar de uma série de investigação policial para uma série de herói, o perigo escalona de uma maneira quase (muito quase) incompreensível e Verônica parece se tornar o centro do universo, a heroína que vai levar luz e justiça para todos digna dos atos de um capitão América ou mulher maravilhosa, chegando até a fazer uma palestra coach no final para incentivar uma galera a ir para a guerra. Não bastando estar mais ligada aos casos do que ela imaginaria, após descobrir pistas que de alguma maneira ela nunca descobriu antes.
A Verônica começou a história sendo apenas uma policial famosa por ser filha de outro policial importante no departamento, e acabou sendo a heroína que não está apenas investigando um crime, mas indiretamente faz parte dele, um detalhe que não foi estabelecido nas aventuras passadas deixando toda a terceira temporada forçada, e mesmo com três episódios ela não é apressada, mas parecia que ela deveria ter mais um ou dois episódios e por conta disso algumas tramas foram explicadas com aquele “por que sim”
Bom Dia, Verônica é uma séria ótima que vai se perdendo ao longo das temporadas, mas ainda mantém uma qualidade invejável, e saber que uma produção brasileira está conseguindo chegar tão longe, mostra sua qualidade por si só.
A jornada de Verônica Torres acabou, mas ela deixou uma marca positiva enorme na Netflix