Crônica de uma Relação Passageira – Desinteressante e monótono | Resenha
Eita!
Dirigido e roteirisado por Emmanuel Mouret, Crônica de uma Relação Passageira chega com a proposta de explorar os altos e baixos de um romance casual, mas o resultado final é desanimador. No entanto, o que poderia ser uma análise das incertezas que um dilema permeiam nesse tipo de envolvimento, especialmente em um contexto de relacionamento extraconjugal, acaba se revelando um filme morno e desinteressante. A narrativa carece de profundidade e falha em capturar a complexidade emocional de seus personagens.
SINOPSE:
As Crônicas de Uma Relação Passageira conta a história do romance entre Charlotte (Sandrine Kiberlain) e Simon (Vicenti Macaigne) que se conhecem em uma festa. Charlotte é uma mãe e solteira, já Simon é um homem casado e sua esposa está grávida. Eles se reencontram num bar e começam um relacionamento repleto de percalços. Ela é mais extrovertida, pouco preocupada com o que os outros pensam. Ele é mais tímido e retraído. A princípio, os opostos realmente se atraem e ambos concordaram em viver uma relação apenas de aventuras, mas tudo se complica quando os dois criam sentimentos um pelo outro e o que era para ser algo muito bom, acaba se tornando uma relação perturbadora.
ASPECTOS TÉCNICOS
O enredo acompanha dois protagonistas que decidem embarcar em uma relação sem amarras, mas que, ao longo da trama, se veem envolvidos em dúvidas e inquietações que surgem pelo fato de um deles estar comprometido fora daquela dinâmica. Além disso, a narrativa traz a dualidade de que enquanto um deles é totalmente dependente da companhia do amante, o outro se vê absolutamente solto das amarras de um relacionamento e preza pelo espírito livre. E, apesar do potencial desse conflito para criar tensão e reflexão, a abordagem é rasa. Os diálogos não conseguem explorar as nuances da culpa, do desejo ou da moralidade, permanecendo presos a uma superficialidade que torna difícil criar qualquer conexão com o público.
O ritmo do filme é outro ponto que contribui para sua desconexão. Com cenas que se prolongam sem necessidade e momentos de silêncio que pouco dizem, a narrativa se arrasta, frustrando as expectativas de quem espera uma história envolvente. A tensão emocional que poderia emergir das incertezas e dos dilemas morais do relacionamento extraconjugal nunca se materializa de forma convincente, deixando o espectador indiferente ao destino dos personagens.
Visualmente, o filme segue uma linha discreta, quase apagada, que poderia ter sido usada para reforçar a angústia e o vazio emocional da relação. No entanto, essa escolha acaba apenas acentuando a falta de energia do enredo. A direção parece indecisa entre adotar um tom contemplativo ou buscar maior intensidade, mas o resultado final é uma narrativa que não se compromete com nenhuma das opções.
RESUMINDO…
Por fim, Crônica de uma Relação Passageira é uma obra que desperdiça o potencial de sua premissa. Ao tentar abordar as incertezas e dilemas de um relacionamento extraconjugal, o filme acaba oferecendo uma experiência pouco profunda e incapaz de provocar reflexão ou emoção. Para quem busca histórias que realmente mergulhem na complexidade dos sentimentos humanos, esta produção deixa muito a desejar.