Emília Perez – Existe recomeço para o Diabo??? || Resenha COM SPOILER
Se liga!
Nuuuuu! Zoe Saldana é um fenômeno. Depois de arrasar em Colombiana (onde eu já fiquei doido) e interpretar a Gamora nos Vingadores (onde eu fiquei doido de novo, já querendo pedir ela em casamento), ela chega com tudo em Emilia Perez. Se tratando da minha opinião nesta resenha, confesso que entrei esperando algo mais básico, mas me surpreendi com um musical que vai muito além da “cantoria e dança”.
Aqui, é performance pura, com movimentos de braços, coreografias de tirar o fôlego e um figurino que parece obra dos estilistas da Lady Gaga. E olha, mesmo sendo um musical (que geralmente me enjoa), é como se tivessem contratado os melhores do mercado – coreógrafos dignos da Beyoncé e do Michael Jackson – para criar um espetáculo visual. Tudo é muito bem pensado, desde os cenários até a profundidade das músicas. Foi impossível não me render. Digo que foi um acerto de 9/10 em cada musical feito no filme.
PARIS FILMES Distribution
A trama começa com Zoe dando vida a uma advogada criminal experiente, cheia de trabalho e lidando com dilemas éticos logo no início. O filme já te joga na realidade dela: uma mulher que defende pessoas culpadas porque acredita que todo mundo merece um julgamento justo, seja um inocente ou um criminoso hediondo. E aí o enredo dá uma virada quando ela recebe uma ligação do México. Uma proposta perigosa surge: defender ninguém menos que o chefão de um cartel super influente, que mexe com política, dinheiro e crime organizado. A partir daí, a tensão explode. E é nesse momento que você começa a mergulhar no dilema moral da personagem, sentindo o peso das escolhas dela. Como defender um monstro? Como conviver com a culpa?
O filme é recheado de conflitos profundos, mas também tem espaço para ironias e trocadilhos sutis que só aumentam o impacto. Tem uma crítica ali, meio escondida, sobre o contraste entre autoridade e criminalidade, especialmente quando falamos de figuras poderosas como chefes de cartel. A relação da advogada com o traficante principal é cheia de camadas. Em muitos momentos, você sente raiva, depois compaixão, e de repente está pensando: “Pera, será que esse cara merece uma segunda chance?” Eu mesmo fiquei nessa reflexão. E o filme joga na nossa cara: quem somos nós para decidir quem merece perdão? É um baita tapa na cara para quem gosta de julgar sem entender o contexto completo.
Outra coisa que me pegou foi o jeito como o diretor brinca com nossas expectativas.
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(Ops! Alerta de spoiler – tem uma cena em que uma personagem aparece com uma faca na bolsa, e você pensa: “Pronto, vai rolar um assassinato.” Mas nada acontece como você imagina! E isso é o que mantém o filme tão envolvente).
Quando você acha que acabou, surge uma explosão, uma dança ou uma reviravolta digna de novela mexicana. Aliás, o diretor claramente se inspirou nesse estilo cheio de drama, mas deu um toque de cinema “Tarantinesco”, com cenas que me deixaram tenso e rindo ao mesmo tempo.
A trilha sonora também é um espetáculo: cada música traz um significado profundo e te transporta direto para a mente da protagonista, como se você estivesse sentindo cada conflito interno junto com ela. É um drama psicodélico disfarçado de musical, comédia e suspense, com um toque de neurose, que mistura realidade e imaginação de forma brilhante, pelo que senti ao vê-lo.
No final, Emilia Perez entrega uma experiência completa, com uma história bem amarrada e um desfecho que não deixa nenhuma ponta solta. Mesmo assim, fiquei com aquele gostinho de “quero mais”. É raro encontrar um filme que consiga equilibrar tão bem drama, humor, crítica social e espetáculo visual. Para mim, esse filme é um forte candidato a grandes prêmios, e não duvido que leve um Oscar. Zoe Saldana brilha como nunca, e a produção como um todo é impecável. Se você gosta de histórias intensas, reviravoltas e uma trilha sonora que te prende do início ao fim, pode assistir sem medo. Emilia Perez é bão demais!
Resenha por @henriquepheniato
