Esquema Fenício – Beleza Tarantinesca || Resenha

Capa Resenhas

Que filme gostoso de se assistir! Filme bão como os de antigamente.

Tarantinaram sem violência abrupta. A princípio, não entendi bem o que estava vendo. Depois, descobri que o filme foi premiado, vi nomes de atores renomados no corpo da obra, alguns diretores e produtores de peso envolvidos… entrelacei os dedos, coloquei sobre a cabeça, relaxei na poltrona e tive um ótimo filme.

Minha opinião sobre a cabine de hoje é difícil de mensurar em palavras justamente porque foi uma experiência muito bem caprichada, muito bem executada. Em outras palavras, senti espasmos de prazer mental com cada quadro e transição de imagem. Que coisa bonita foi o que eu assisti hoje!

Uma surra de qualidade cinematográfica

Ou seja, é como se eu estivesse vendo algo tão absurdamente bem construído quanto Bastardos Inglórios, com a mesma perfeição poética de O Brutalista. Além disso, esse filme é tão gostoso que tem umas notas diferenciadas dignas de premiação, uns temperinhos que lembram O Poderoso Chefão.

O Esquema Fenício : Poster

A trama gira em torno de um magnata e seu projeto megalomaníaco, driblando a política e outras personas poderosas, envolvendo o mundo dos negócios, dos projetos e do poder.
Não apenas isso, o filme apresenta camadas e mais camadas. E quando falo que tem notas de O Poderoso Chefão, não me refiro somente a referências diretas, mas também ao comportamento poético, talvez maquiavélico, e extremamente arquitetônico do protagonista.

Fiquei atônito de tão bão

Tem momentos de tensão, sim, mas também muitos outros cômicos, que arrancaram boas gargalhadas da plateia — inclusive minhas. Ao mesmo tempo, entrega nuances poéticas que lembram conselhos de pai para filho, ou de mentor para mentorado. Isso foi fantástico! É um filme que você não capta tudo de primeira. Eu mesmo não captei. São tantas informações jogadas em tão pouco tempo de tela que fica impossível não querer (ou precisar) assistir de novo.

Tem segredos e estratégia, vi ecos de A Arte da Guerra, de Sun Tzu. Percebi alguns movimentos maquiavélicos ali também. A obra é bonita demais. Realmente, de primeira, você não entende tudo. E tudo bem! Tem que ver mais de uma vez pra sacar a riqueza de informações sendo internalizadas, camufladas, insinuadas. O filme me deixou completo. Na minha opinião, é uma indicação forte ao Oscar — direção, fotografia, roteiro. Tudo muito bem executado. Início, meio e fim. Fiquei encantado.

Filme tão bom que nem percebi o tempo passar

E ainda tem uns devaneios — aquele tipo de viagem que lembra O Auto da Compadecida. O filme brinca com o real e o fictício, com o pós-morte, quase-morte, e essa ideia do “homem imorrível”. Não por imortalidade em si, mas por causa da quantidade de inimigos que tenta matar o cara todo santo dia. Cada refeição vira teste de envenenamento. Tudo é suspeita. É um filme didático — ensina muito — mas não é pra menor de idade. Tem classificação etária bem definida, e com razão. Mesmo assim, passa filosofia, vivência, e deixa aquele gosto bom na boca e na mente. Super indico!

By: henriquepheniato

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