Fúria Primitiva – E tome porrada!! || Resenha

Porrada bruta!!

Um filme despretensioso que vai de zero a 1042 km/h, que é a mesma velocidade do disparo de um revólver 38. Esse filme é uma mistureba muito louca. E, quando eu falo de mistureba, é como se misturasse um pouco de dois filmes que eu assisti este ano. Um foi pelo hospício, o outro foi no cinema. Uma mistura do filme “Contra o Mundo” e “John Wick”. Vai entender… O início foi bem despretensioso, bem simples, bem simples mesmo. O personagem principal, ainda nem sei dizer bem o que é. Posso ver, assim, bem no início mesmo. O filme respeitou muito a colorimetria; isso foi bem aplicado, uma coisa bem próxima de tons esverdeados. Manteve isso do início ao fim.

Fúria Primitiva || Hospício Nerd
Copyright Universal Studios

Teve uma cena em um lugar que não vou descrever, mas era cheio de luxúria. Bota luxúria nisso: bem pesado, do tipo proibido para menores de 18 e qualquer outro tipo de pessoa pobre. Não era abusivo o uso do vermelho nem tantos avermelhados, mas tinha muito rosa, muito laranja, tudo em neon. Teve vários enquadramentos por ângulos diferentes, achei muito legal. O filme, quando eu falo que ele foi de 0 a 1042 por hora, é praticamente a velocidade de uma bala, porque ele se divide em dois momentos: o antes e o depois. Antes disso, como citei, é muito simples, ali o personagem na sua vida caótica, depressiva, tomando um monte de surra. Nem chega a ser uma jornada do herói, mas o filme encaixa muito bem com a narrativa daquilo que o personagem acredita.

O menino, assim né, menino porque é novo, não tem muitos anos, sei lá, não lembro a idade, mas é bem novinho. Em um certo momento, você percebe que se trata de vingança, um ódio contra um personagem específico. Ele começa a fazer planos e tramas, começa a planejar muito bem, mas ainda cego pela vingança.

Fúria Primitiva || Hospício Nerd
Copyright Universal Studios

Em um dado momento (alerta de spoiler), o jovem rapaz simplesmente faz um trâmite muito cabuloso. Parece um plano-sequência muito bem desenhado, muito bem feito, numa comunidade que parece indiana, uma comunidade indiana periférica. O filme tem essa discrepância, né, mostra muito bem essa coisa da galera da elite, os ricaços da cidade, e a favela, pobreza, miséria. Nessa parte, num certo momento, ele ali na comunidade de quebrada faz um trâmite bem parecido com o que a gente ouve falar do Rio de Janeiro. Os caras buscam um bagulho bem específico e ele vai atrás de um revólver. Quando consegue, o filme se transforma muito rápido e parte para agressividade, tiro, porrada e bomba. Na pegada de Baba Yaga.

Do nada, esse rapaz começa a ir para cima dos caras com tudo. Beleza. Quando eu faço a comparação com John Wick, o que eles economizaram de bala de festim! Porque realmente não teve muito tiro, ao contrário de John Wick, que literalmente era porrada e tiro demais. Nesse filme, o rapaz é um lutador e foi para a pancadaria. Isso vai na história do filme do início ao fim. É engraçado que, para um menino como ele, parece um plágio. Não, esse filme parece mais um plágio do que qualquer outra coisa, porque literalmente ele é procurado pela polícia, bem trajado, com terno, corte de cabelo, bigode, tipo uma versão indiana do Keanu Reeves. Hahaha!

Então, rolou até pipoca no cinema, pipoca e refri, foi muito gostoso. Tirando umas partes ruins também. Só que ligaram a luz nos créditos, antes dos créditos, abriram as portas de saída, jogando o som na cara. Foi uma experiência final desconfortante, mas o filme em si foi bem satisfatório. É um filme que eu pagaria para ir ao cinema assistir. Pagar a valer. A bilheteria teve um momento das famosas culinárias indianas, ajeite tem coisas que a gente vê no Instagram que na vida real, mas eles foram muito discretos quando fizeram isso. Nada que fosse deixar quem assiste o filme enojado. O que a gente vê na internet é bem pior, mas deu para se divertir bastante. E no melhor de tudo, o diretor do filme deu a oportunidade de decidir qual o final da obra.

Resenha By: Henrique Pheniato



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