O Último Duelo – Quantos lados tem a verdade? || Resenha

Quantos?

Sim meus caros leitores, hoje trago para vocês a resenha de mais uma história que comprova algumas coisas que eu acredito. Como o fato da verdade ter mais de um lado, e aquele que diz que a história sempre se repete. Vimos isso nesse novo longo de Ridley Scott! Lembrando que a resenha NÃO TEM SPOILER e retrata unicamente a MINHA opinião. Sem mais delongas, bora resenhar!

O Último Duelo || Resenha Hospício Nerd
20th Century

Os combatentes!

O filme é baseado no livro de Eric Jager, que foi escrito baseado em relatos e documentos históricos sobre um famoso duelo que aconteceu em plena Guerra dos 100 anos! O combate entre o cavaleiro Jean de Carrouges (Damon) e o escudeiro Jacques Le Gris (Driver). E esse duelo era na realidade um julgamento, já que a esposa de Carrouges, Marguerite, acusou Jaques de estupro, e claro que ele se dizia inocente, então o desafio foi feito para que Deus decidisse quem estava com a verdade. E assim, a trama nos leva a um passeio pela verdade deles, vendo o ponto de vista de cada um e tudo o que os levou até aquele momento.

A primeira versão que conhecemos é a do Jean de Carrouges, um homem bom, o herói da história, um soldado injustiçado pelo seu senhor, Pierre (Affleck), Um homem que fará de tudo para defender a honra de sua esposa. Em seguida temos a verdade de Jacques Le Gris, um escudeiro que consegue conquistar a confiança e apoio de seu senhor graças à sua inteligência. Um belo e libertino homem que se vê apaixonado pela mulher do antigo amigo, e em sua mente esse amor é correspondido. Pierre, personagem vivido por Ben Affleck não aparece muito no arco de Jean, mas no de Jacques vemos muitas de suas decisões. Acho justo dizer que ele foi o pilar da inimizade adquirida.

O Último Duelo

A Vitima!

E por fim temos a versão da vitima, Marguerite de Carrouges, vivida brilhantemente pela atriz Jodie Corner. Ela nos leva não só para o seu ponto de vista dos acontecimentos, como também nos proporciona uma baita aula de história. E me fez reforçar algo que acredito, que a história sempre se repete! Naquele tempo, no século XVI, as mulheres eram tratadas como objetos, como propriedade de seus maridos. Coisa bem atual não é? Bom, a diferença é que a lei permitia isso, ou não é tão diferente assim?

Se a gente pensar um pouco, ela foi uma guerreira em ter feito a acusação, já que mulheres não eram dignas de confiança. Só levariam suas acusações adiante se tivesse o apoio do marido. E como acontece nos dias atuais, ela foi questionada se não sonhou ou desejou aquilo. E antes do julgamento por combate, o Parlamento de Paris deveria dar seu aval, claro, com a palavra final do rei! Agora vem a parte mais tensa da coisa, caso o acusado ganhasse, ela seria despida, presa em ferros e queimada viva por fazer uma falsa acusação de estupro. Realmente parece coisa de filme nê? Pois é, não era!

O diretor, Ridley Scott deixou bem claro qual versão era literalmente a verdadeira, a de Marguerite! Nela, vemos que Jean não era o marido compreensivo e amoroso que vimos em sua verdade, e que ela nunca cedeu aos encantos de Jacques como vimos na sua.

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Disney

No fim das contas…

Com uma trama medieval que lembra e muito os dias atuais, Matt Damon, Adam Driver e Jodie Corner, arrebentam em seus papeis e em todas as versões deles mesmos. Claro que algumas pessoas podem desgostar do filme por ter muitos diálogos, mas a realidade é que cada frase faz sentido para a construção da narrativa. A fotografia ficou muito bem feita, as poucas cenas de batalha foram bem coreografadas, a direção foi mais do que assertiva, esse é sem dúvidas um dos longas para entrar na coluna de bons sucessos de Ridley Scott!

Com um confronto final que nos deixa bem tensos e com o foco total na tela torcendo muito para que Jean vença a batalha, não por ele, e sim pela Marguerite! Sem dúvidas dou CINCO FLAVITOS para essa grande história.

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