Pequenas Coisas Como Estas – Tommy Shelby ao qual ninguém viu! || Resenha
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Fala, Hospicianos! Tudo bem com ocês?
Um Bom filme subestimado pelo nome!!!
A cabine de hoje é com um ícone do cinema, um ator de prestígio mundial por grandes trabalhos e filmes memoráveis. Cillian Murphy dá vida a um pai de família tradicional, não tão distante da realidade de algumas pessoas. Minha opinião sobre esse filme? Sem palavras! Me assustei de novo com aquela gravação parecendo que foi feita por um telefone de 720 pixels, mas saí impactado com um espetáculo de fotografia. O filme é muito dividido entre planos-detalhe, filmagens discretas em momentos simples e textos densos. Confesso que ainda estou perplexo com tudo que assisti, pois a obra é rica em paisagens gélidas, um lugar frio, coberto de neve, contrastando com imagens quentes em tons pastéis, melados, bege amarelado.
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O2 Play
Imersão no passado enquanto se passa no presente
O filme parece se passar entre as décadas de 1930, 1940 e 1980. O protagonista é um pai de cinco filhas e dono (ou sócio) de uma grande empresa de carvão, cercado por profissionais que gerenciam os negócios para ele. O filme não se aprofunda muito nesse aspecto, mas mostra, de forma sutil e discreta, como ele lida com essa estrutura. Fiquei observando e pensando: coitado desse homem quando todas as filhas estiverem de TPM junto com a mãe! Mas brincadeiras à parte, o filme não foca nisso. O que realmente se destaca é o conflito interno do personagem. Não sou “profissional” para diagnosticar nada, mas a impressão que fica é que ele sofre de depressão, carregando traumas do passado, mal-entendidos e dores não resolvidas. Se você é psicanalista e está lendo essa resenha, veja o filme e comenta aqui o que achou!
Bem aplicadas as técnicas cinematográficas
Algo que achei fantástico foi a forma como o filme lida com as lembranças do passado. Muitas vezes, produções cinematográficas fazem uso de edições óbvias para indicar flashbacks, mas aqui não! O filme consegue nos levar ao passado do personagem sem precisar de marcações evidentes, o que eu achei simplesmente lindo. Para um espectador menos acostumado com cinema, pode ser um desafio perceber essa transição, mas para quem gosta dessa pegada, é uma experiência incrível. No início, parece que estamos vendo duas cenas distintas se desenrolando, mas logo percebemos que se trata da mesma história, apenas em tempos diferentes. Essa escolha narrativa foi um dos pontos mais bem executados da obra.
No decorrer da trama, surgem vários acontecimentos que despertam curiosidade sobre o protagonista. Ele é um homem de poucas palavras, lembrando um pouco o Thommy Shelby, de Peaky Blinders: sério, introspectivo, mas com um passado conturbado e uma infância caótica. O filme levanta essas dúvidas e curiosidades de forma sutil, nos fazendo questionar a forma como ele percebe o mundo ao seu redor. Como essa é uma resenha sem spoilers, não vou me aprofundar mais nos detalhes da história, mas posso dizer que me senti completamente imerso na perfeição cenográfica. E quando digo perfeição, é porque o filme tem tudo: roteiro, narrativa, fotografia, figurino… tudo impecável! Fiquei encantado com cada detalhe.
A minha surpresa!!!
E o final? Bom, confesso que me preocupou. Do nada, o filme acaba! Mas calma, não foi um final abrupto e sem sentido. Pelo contrário, ele teve construção, narrativa e coesão. O que acontece é que o diretor nos dá o prazer de continuar a história em nossa mente, deixando o desfecho em aberto.
Isso me fez gostar ainda mais do filme. A produção tem méritos não só pelo elenco de peso, mas por toda a estética e execução primorosa. Não encontrei defeitos, exceto talvez na qualidade da imagem, mas acredito que foi proposital, para remeter a algo mais antigo. Nos créditos finais, há menções honrosas a pessoas resgatadas em meio aos eventos retratados no filme. Tem, sim, um dedo da Igreja Católica no meio, fazendo besteira – mas não é uma questão só da igreja, e sim de pessoas. Quem assistir, entenderá! No mais, só posso dizer que este foi o melhor filme do diretor que assisti este ano envolvendo esse ator.
E aí, quem mais já viu? Comentem aí!
Resenha por @henriquepheniato