Por que Pinguim é tão bom?
Pinguim, ladrão, roubou meu coração.
A série do Pinguim chegou como quem não queria nada e agora está roubando a atenção da internet e está fazendo isso por merecer.
Alguns anos atrás, a série do Pinguim, parte do universo do Batman de Robert Pattinson, foi anunciada, e a internet gritou: “Pra quê?” “Quem pediu essa série?”. Pois bem, fico feliz que essa produção tenha calado a boca de muita gente, pois não só está sendo muito elogiada, como também se tornou um fenômeno na internet. Mas afinal, o que torna essa série tão boa?
Gotham além do Batman
Histórias ambientadas em Gotham sem a presença do Cavaleiro das Trevas não são novidade. Alguns anos atrás tivemos a série Gotham. Amada por uns, ignorada por outros, ela focava no início da carreira de Jim Gordon na cidade e mostrava como ele precisava aprender a lidar com um lugar completamente caótico, onde você rega o chão e nascem cinco supervilões diferentes.
Dessa vez, estamos vendo a cidade sob a ótica dos vilões, dos mafiosos, e daqueles que tentam ascender de maneiras ilícitas, sabendo que bilionários como a família Wayne preferem manter os debaixo na mesma posição. É uma perfeita extensão do que vimos no filme Batman (2022), onde o Charada criticava duramente a corrupção e a elite de Gotham. Aqui, vemos que ele não estava tão errado, afinal, esse ambiente de injustiça é o que cria pessoas como o Pinguim e enriquece as máfias.
Cristin Milioti como Sofia Falcone em Pinguim.
Sofia e a máfia
Desde o primeiro episódio, a presença marcante de Cristin Milioti como Sofia Falcone, filha de Carmine (assassinado pelo Charada), chama a atenção só pelo olhar. Pelos trailers, dava para entender que ela assumiria o controle da máfia assim que chegasse, recém-saída do Asilo Arkhan onde ficou presa por dez anos, mas não é bem assim. Através de seu olhar, percebemos como o crime organizado de Gotham está manchado com o sangue da própria família. Sofia era a única pessoa realmente “boa” naquele universo, mas o próprio pai a transformou em alguém fria e venenosa.
Além disso, acompanhamos a constante guerra entre os Falcone e os Marone, uma rivalidade que está dilacerando a cidade, já debilitada pelos estragos causados pelo Charada. O resultado é uma trama em que todos pisam uns nos outros para subir na vida, e, mesmo que alguns não queiram seguir esse caminho, é o único que conhecem, por influência de figuras como o próprio Bruce Wayne.
Colin Farrell como Oz Cobb em Pinguim.
O Pinguim
Por fim, não podemos deixar de falar do verdadeiro protagonista. Se você reparou, a série está tão recheada de detalhes sobre o universo de Gotham que o próprio Pinguim não é sempre o foco principal. Mas isso não significa que ele seja desinteressante – muito pelo contrário. Colin Farrell entrega uma performance impecável como o vilão. Em certos momentos, ele consegue manipular duas famílias rivais a seu favor, mostrando seu raciocínio ágil para resolver as crises ao seu redor.
Esses detalhes revelam que o Pinguim não entrou à toa na galeria de vilões do Batman. Ele fez por merecer. No meio de uma guerra de famílias, vemos o Pinguim e Sofia lutando para subir na hierarquia do crime. E, embora o Pinguim pareça se importar com o bem-estar de certos personagens, é impossível saber quando ele está sendo sincero e quando está mentindo. O roteiro e a direção constantemente nos lembram de que estamos acompanhando a trajetória de um vilão, que está disposto a tudo para conquistar seu império.
Pinguim é lançado pelo streaming MAX e nos canais HBO todo domingo às 22h.
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Texto por: David Alves