{Resenha} Joker – Coloque um sorriso no rosto
“O lado ruim de ter uma doença mental, é que as pessoas querem que você finja que não tem!”
Pensa em um Coringa ruim? Um bem merda mesmo, tipo muuuuito merda, daqueles que você quer se esquecer de ter visto, pois é, esse é o Coringa do Leto! Pq o do Joaquin Phoenix meus amigos… esse filme superou todas as minhas expectativas, expectativas que só vieram quando vi o primeiro trailer, até aquele momento eu pensei que seria mais uma obra fracassada da DC, mas ainda bem que eu estava enganado, lembrando sempre que nossas resenhas não tem spoiler e que não queremos ditar o que vale ou não a pena ser assistido, apenas transmitir nosso sentimento em relação ao que vimos, chega de papo e bora resenhar!!
O fato do filme não ter qualquer ligação com os outros filmes ou com os quadrinhos foi o maior acerto da DC, a única mera semelhança é o fato de que assim como o Coringa das páginas de Alan Morre, Arthur Fleck é um comediante que não consegue atingir a fama, muito pelo contrário, ele é basicamente um fracassado. Muito disso graças a um transtorno mental que o faz rir compulsoriamente, e a atuação do Joaquin nesses momentos é algo de ser mencionado desde já, dá para ver o sofrimento no olhar do cara enquanto ele dá as gargalhadas, as lagrimas escorrem em diversos momentos e confesso que estou me arrepiando outra vez enquanto escrevo essas palavras. Toda a história de Fleck se passa em uma Gotham começando a entrar em caos com uma greve dos lixeiros, que acabou abrindo as portas para a revolta da população com a incapacidade de seus governantes tomarem conta da cidade, coisa que acontece não só na ficção não é? E em meio a isso somos apresentados a um homem que quer salvar a cidade, o senhor Thomas Wayne!
Confesso que fiquei um pouco preocupado com o modo que a história de Arthur se cruza com a de Thomas, fiquei muito preocupado mesmo, cheguei a pensar que cagariam a história naquele momento, mas isso foi uma bela “ponte narrativa” se é que essa expressão existe, outros coadjuvantes aparecem na vida do palhaço, Sophie, sua vizinha intemperada pela Zazie Beetz, a Dominó de Deadpool! Frances Conroy, uma das mitos de American Horror Story que aqui vive a mãe do personagem, Robert De Niro que dá vida ao bem sucedido Murray Franklin, um astro de tv que é ídolo de Arthur e sua mãe. Todos esses personagens tiveram seus momentos na transformação do personagem.
Eu até podia falar da direção do filme ou da fotografia que cá entre nós estavam brilhantes, mas o que quero falar mesmo é da trilha sonora, amigos que estão lendo essa resenha antes de ver o filme, prestem atenção nas trilhas, foi incrível o jeito que a música demonstrava os sentimentos do Arthur, a melancolia, o desespero, a raiva, a transformação, o baque, o choque, cara, tudo! Você conseguia sentir o que o ele estava sentido, isso foi o que mais me emocionou e me empolgou nessa história, a gente consegue ver e ouvir as mudanças de sentimentos, de como o homem que se obrigava a estampar um sorriso no rosto para agradar sua mãe, que gargalhava por causa de uma doença, que era humilhado e espancado quase todos os dias de sua vida, a gente consegue sentir sua libertação brutal e sangrenta! E como se não bastasse ainda tem a puta atuação do Joaquin Phoenix, quero deixar claro aqui que nunca fui um fã do ator, gostei muito de alguns trabalhos dele como em “She”, “Gladiador”, “Madalena” e “Sinais”, nunca questionei o seu trabalho pelo simples fato de não o acompanhar, e eu lamento por isso! As mudanças de postura e de olhar que ele teve do primeiro até o último minuto é algo que deve ser mencionado, sem dúvidas ele é um puta ator!
No fim das contas, ele se torna aquele homem citado pelo Alfred em Cavaleiro das Trevas, lembram? “Alguns homens só querem ver o mundo queimar”, mas o jeito que chegamos a isso, e a reação do Arthur são bem diferentes do apresentado pelo Heath, tenho certeza que muitos sites estão fazendo suas resenhas e criticas comparando esse filme com muitos outros, e claro a comparação com outros Coringas é algo que vai ser feita, eu mesmo fiz lá no comecinho da resenha, mas de todos que eu vi tenho a certeza de que Heath Ledger e Joaquin Phoenix serão sempre lembrados pelas suas atuações na pele do vilão, vejam bem, são dois Coringas diferentes, são dois filmes diferentes, o de Heath era um filme de herói, o do Joaquin é um filme de suspense e drama entende? Um filme totalmente único que só está no universo DC por ter o nome de Coringa, mas que você assistiria e se importaria mesmo sem ser o vilão dos quadrinhos. E o cara é brilhante até no desfecho do filme, com literalmente uma piada jogada na face de quem está assistindo. Em nenhum universo eu daria menos do que a nossa pontuação máxima para esse filme, CINCO FLAVITOS dados com muito gosto! Não que nossa pontuação valha ou queira dizer algo além do grau de emoção que o filme me despertou. Sem dúvidas esse não foi mais um filme sobre o universo dos quadrinhos, foi uma verdadeira obra de arte!