{Resenha} O Diabo de Cada Dia – Violência e fanatismo religioso
Prepare o estômago!
O tão esperado filme O Diabo de Cada Dia estrelado por Tom Holland, Robert Pattinson e Sebastian Stan estreia amanhã, 16 de setembro, na Netflix e nós do Hospício Nerd já tivemos o prazer de assisti-lo. Fique tranquilo porque essa resenha não contém nenhum spoiler.
A primeira informação que eu preciso dar a vocês é que esse filme é bem “forte” e contém cenas violentas, sejam físicas ou mentais. Se você não estiver se sentindo bem, assista ele em outro momento. Ele foi capaz de fazer com que eu sentisse várias emoções “desagradáveis” (estômago embrulhado, etc).
O filme é ambientado em uma cidadezinha “abandonada” em Ohio, onde os moradores convivem com seus piores “demônios”. O longa possui personagens super interessantes, sombrios, intrigantes e com expressões fortíssimas, indo de um suposto “bom pastor” até um casal de serial killers. Desde o inicio, acompanhamos Willard (Bill Skarsgård), um veterano de guerra que cresceu em um lar onde a religião era totalmente predominante e extrema. Além de ter se tornado totalmente fanático, ele também precisa conviver diariamente com todos os traumas que consumiu dos tempos que passou na guerra. Durante a produção, vamos descobrindo cada vez mais coisas bizarras que rondam aquela cidadezinha e seus habitantes.
(Reprodução: Entertainment)
Arvin Russel (interpretado por Tom Holland na adolescência), filho de Willard, é uma criança que também acaba exposta a todo o fanatismo religioso pregado por seu pai, e infelizmente, a toda violência justificada em “nome de Deus”. É super interessante e impactante a construção do personagem no decorrer do filme. É nítido como uma infância violenta e fanática pode influenciar no crescimento de uma criança. Arrisco dizer que Tom Holland merece ser no mínimo indicado ao Oscar e parabenizo a atuação impecável do ator que abandonou a capa de “ingênuo e bonzinho” como vemos em Homem-Aranha, para dar vida a um jovem que cresceu cercado de demônios e teve sua vida totalmente modificada por conta disso.
Charlotte (Haley Bennett), mãe de Arvin e esposa de Willard, é uma mulher extremamente doce, mas que também acaba se perdendo por conta de todas as ações de seu marido.
(Reprodução: Entertainment)
O reverendo Preston (Robert Pattinson) e o pregador Roy (Harry Melling) foram dois personagens que me deixaram totalmente incomodada, mas não de um jeito ruim, e sim por interpretarem nitídamente pessoas que são capazes de fazer tudo e qualquer tipo de absurdo por acreditarem que ”Deus mandou”. A produção bate muito na tecla do fanatismo religioso e é por isso que você está lendo tanto essa palavra por aqui. Ele te mostra com todas as letras o quão ruim é você ser totalmente cego em relação a uma coisa e o quanto você pode machucar pessoas ao seu redor por conta disso. Diversas pessoas ingênuas que residem nessa cidadezinha abandonada narrada no filme, acabam passando pelas piores coisas que nenhum ser humano deve passar. Isso tudo por realmente acreditarem que se elas fizerem tal coisa, estarão agradando a Deus.
Não posso dar muitos detalhes sobre o filme porque se não seria spoiler, mas garanto que vocês não irão se arrepender de assisti-lo. Cumpre até mais do que nos prometeu, na minha humilde opinião. Preparem o estômago porque além do fanatismo religioso, temos abuso de poder, violência, manipulação e corrupção.
Adorei conhecer um pouco mais do filme antes de assisti-lo. Ótimo texto, Mari, você prende o leitor com suas palavras hahahaha! 👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾❤️
Ahhh, que amor! Fico feliz que tenha gostado, Ellen! De verdade!