{Resenha} The United States vs Billie Holiday – Sinônimo de Resistência!

“Strange Fruit” a canção que não pode ser cantada!

Podemos nos perguntar até que ponto a maldade humana e o desejo cego de alimentar o próprio ego podem chegar, mas nunca teremos essa dimensão. The United States vs Billie Holiday (Os Estados Unidos vs Billie Holiday) consegue relatar um pouco disso com uma sensibilidade fora do comum. A famosa cantora Billie Holiday, no auge de sua carreira, enfrenta o Departamento Federal de Narcóticos em uma operação que tenta a todo custo acabar com sua carreira.

RESENHA SEM SPOILERS!

O ano cinematográfico foi marcado por vários filmes que abordam essa temática, como A Voz Suprema do Blues, Uma Noite em Miami, Judas e o Messias Negro, que mostram vários ângulos de um mesmo problema: discriminação racial. Não foi fácil para o diretor Lee Daniels conduzir uma obra de forma que não saturasse o público retornando ao assunto, mesmo que esse tenha suma importância para a sociedade. Por outro lado, a atuação dos atores e o trabalho de toda uma equipe de produção e figurino deram vida aos personagens e veracidade ao que foi vivido em frente as câmeras. Confirmando o que estou dizendo, Andra Day recebeu uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz merecidamente, pois representou com excelência parte da vida e personalidade de Billie.

Fonte: Divulgação/Lee Daniels Entertainment

O longa mostra um recorte da vida de Holiday através de uma entrevista concedida a Reginald Lord Devine (Leslie Jordan) quando ela estava bem doente. Em mesclas entre a entrevista e partes importantes da história de sua vida, a narrativa passeia por momentos intensos como quando era ovacionada por seu público em teatros lotados, passando por vício em opioides para aliviar os fantasmas de seu passado e até mesmo sua prisão com a alegação de porte de entorpecentes, que lhe rendeu um ano e um dia de reclusão. Após ir parar atrás das grades, os agentes federais iniciam uma busca implacável para caçar sua licença para cantar e assim acabar com a carreira da cantora. Porém, eles usam o envolvimento com drogas para justificar essa perseguição desenfreada e infiltrar Jimmy Fletcher (Trevante Rhodes), agente negro que contribui para sua prisão, mas que percebe nas atitudes rebeldes da artista um grito de socorro.

Fonte: Divulgação/Lee Daniels Entertainment

Algo que merece destaque é o contexto da canção “Strange Fruit” composta pela própria Billie Holiday, que descreve um linchamento, coisa que era comum a acontecer com negros na época por não agirem de acordo com a vontade dos brancos e que foi proibida de ser tocada como mais uma atitude de repressão ao protesto pacífico expressado artisticamente.

Mais que um filme, é um chamado para a luta contra o racismo que perdura até os dias de hoje e tem que ser combatido exaustivamente por todos nós. E isso se estende a todos os tipos de discriminação, sem exceção!

The United States vs Billie Holiday é conteúdo exclusivo do Amazon Prime Video. Corre lá e faça parte do grito de repúdio a discriminação!

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