Segunda Temporada de The Last of Us — Um prato sem tempero! || Resenha

Que pena!
Sim, meus caros estaladores. Eu queria chegar aqui e falar que vamos ter uma resenha incrível, sobre uma temporada incrível, de uma adaptação incrível, de um jogo incrível! Porém, infelizmente não é esse o caso. Então, já quero deixar claro que essa é a MINHA OPINIÃO, ou seja, opinião do Flávio Paranhos! E a resenha não terá spoiler sobre a série. Confesso que eu tinha esperanças de que a série não caísse na maldição das segundas temporadas, coisa que acontece com muita série boa, tá aí Stranger Things que não me deixa mentir! E o fato do CRIADOR do jogo estar envolvido na produção me deixou com essa esperança, mas, eu fui enganado!

Como uma temporada de sete episódios pode dar ruim? Pois é, o sinal de alerta veio no segundo episódio, com Jackson sendo atacada e com a cena do Joel. Ali era, sem dúvidas, um dos grandes e mais impactantes momentos da história de The Last of Us, e foi tudo levado de um jeito tão ruim que em momento algum houve a chance de expectativa. O roteiro não deixou a gente se importar com o que estava prestes a acontecer, porque o grande encontro da Abby com o Joel e a revelação de quem ele era simplesmente não existiu! Então não nos deixaram sentir aquele impacto de “puta merda, agora deu ruim!”.
Os flashbacks com o Joel foram o ponto alto da temporada inteira, mas parou por aí. A “vingança”, ou a busca por ela, foi limpa demais. Aí entra naquele ponto de falar sobre a adaptação: o jogo nos leva a uma vingança suja e extremamente sangrenta, já no trailer a Ellie avisava que iria encontrar e matar até o último deles. A Dina, o Jesse e o Tommy compraram a vingança logo de cara, mas beleza, isso é um jogo, uma mídia diferente. Eu entendo isso, porém, quando a adaptação muda drasticamente a forma como um personagem ou algum momento é construído, a coisa desanda. Eu adorei o trabalho da Bella na primeira temporada, eu consegui ver uma versão da Ellie nela, porém, na segunda temporada a única coisa que me fez lembrar que ela era a Ellie foi a dubladora! E não estou falando que ela fez um trabalho ruim, não — toda a minha raiva e chateação é voltada para o ROTEIRO!
E o que me deixa mais chateado é que o Neil Druckmann, o criador do jogo, estava envolvido na produção da série e deixaram fazer o que fizeram. Uma temporada fraca, sem sal e com gostinho de “acaba logo!”, deixando personagens tão legais como o Jesse se tornarem coadjuvantes chatos, e fazendo o Tommy cair de paraquedas. Eu até acho que na terceira temporada, que provavelmente será focada na Abby, teremos alguns momentos do Tommy, mas, honestamente, não tenho mais hype algum. Eles tinham a receita da feijoada, e resolveram fazer um prato sem carne, sem feijão e sem tempero. Uma pena.
Um ponto que merece todos os elogios, no entanto, é a dublagem brasileira. A entrega dos dubladores foi impecável, conseguindo manter a carga emocional mesmo nos momentos em que o roteiro deixava a desejar. Luiz Carlos Percy, Carol Valença, Luiza Caspary, vocês são incriveis!!