Silvio – Um desastre cinematográfico brasileiro || Resenha
Ma ôe
A cinebiografia de Silvio Santos protagonizada por Rodrigo Faro chegou na Max. Podendo evitar é melhor.
Sinopse.
Logo após o sequestro de Patrícia Abravanel, a casa de Silvio Santos é invadida, e ele é mantido refém por um sequestrador irritado com o apresentador. Enquanto a polícia tenta negociar do lado de fora, Silvio Santos passa o tempo contando histórias sobre sua vida ao sequestrador, na tentativa de mostrar que eles não são tão diferentes.
Rodrigo Faro – Divulgação.
Uma novela sem qualidade.
Quando anunciaram o filme, a proposta destacava o sequestro de Patrícia Abravanel, um evento marcante para o jornalismo brasileiro em 2001. Porém, ao perceberem o baixo apelo comercial do tema, o marketing passou a promover o longa como uma biografia do maior apresentador brasileiro de todos os tempos.
O resultado? Uma dramatização que exagera os fatos do sequestro. O filme transforma Silvio Santos em um pseudo-filósofo moderno, enquanto o sequestrador muda de opinião constantemente. Essa repetição desgasta a paciência do espectador.
A fórmula é previsível: o sequestrador ameaça, Silvio conta uma história do passado para tentar comover, eles discutem, e o ciclo recomeça. Durante duas horas, o roteiro insiste nesse padrão. Para piorar, ainda inclui tramas paralelas desnecessárias, como a polícia corrupta e populares mobilizados do lado de fora. Enquanto isso, Silvio exagera em detalhes de sua vida que ninguém pediu para ouvir.
Além disso, esses acontecimentos já foram retratados com mais qualidade na série O Rei da TV, que aborda quase toda a carreira do apresentador. Diferente do filme, a série mostrou cuidado maior com o elenco e entregou interpretações brilhantes. Mesmo com situações exageradas, conseguiu prestar um tributo honroso ao ícone da televisão.
Por outro lado, é curioso observar que, mesmo assim, a própria família Abravanel desaprova ambas as produções. Mesmo que o próprio apresentador tenha gostado da escalação de Rodrigo Faro e dito isso em seu progama quando o filme estava em produção.
O filme desperdiça ideias boas.
Do ponto de vista narrativo, seria muito mais eficiente focar exclusivamente na história do sequestro de Patrícia Abravanel ou na trajetória de vida de Silvio Santos. Ao misturar esses dois elementos e exagerar os acontecimentos, o longa entrega uma obra confusa e muito cansativa.
Silvio Santos merecia um filme à altura de sua importância, e não algo tão genérico e mal-executado. Em 2024, produções como Mamonas Assassinas e Turma da Mônica Jovem já envergonharam o cinema nacional com abordagens rasas e descuidadas. Este filme apenas se junta ao balaio de obras que falham em entregar diversão ou uma história minimamente interessante.
Divulgação/ Moonshot pictures.
Por fim, Silvio é um exemplo grotesco de desperdício de potencial. O elenco sem brilho, o roteiro repetitivo e a direção insossa fazem o filme parecer um episódio de novela — uma novela sem qualquer qualidade.
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Texto por: David Alves