The Acolyte – A história andou! || Resenha COM SPOILER.
Existe luz no fim do túnel?
Depois de um episódio morno e chato, “The Acolyte” mostra fôlego para continuar sua história por mais algum tempo.
No episódio anterior, Mestre Sol levou Osha e uma dúzia de Jedi para encontrar Mestre Kelnacca por ele ser a próxima vítima de Mae que está acompanhada de Qimir. Vilões e mocinhos estão em busca do Jedi Wookie em uma corrida contra o tempo no meio de uma floresta perigosa, mas a Acólita Mae decide mudar de lado indo da água para o vinho, isso provoca seu mestre que aparece e começa uma batalha intensa com os Jedi. Esse resumo do último episódio está melhor que o próprio episódio.
Lee Jung-jae em’The Acolyte” – LUCASFILM
O bom.
As batalhas de sabre de luz são, sem dúvida, a melhor parte da série até agora. O Sith misterioso se revela como Qimir, que não foi uma grande surpresa já que ele é o único personagem que sabia muito sobre os caminhos da Força e dos códigos Sith. Mestre Sol leva uma dúzia de Jedi que morrem rapidamente nas mãos de Qimir. O Sith luta de maneira brutal e violenta, sem piedade. As táticas “graciosas” dos Jedi só funcionam quando Sol e Jecki lutam sincronizados contra Qimir, que, usando seu capacete e braceletes, consegue desligar os sabres de luz dos Jedi temporariamente.
Mestre Sol e Jecki conseguem dar uma surra em Qimir. A padawan Jecki, nas cenas anteriores, rivaliza com Mae, o que é difícil de defender, já que ela matou uma mestra Jedi e levou uma surra de uma padawan. Podemos suavizar isso pelo fato de Mae não querer matar a inimiga. A escolha de matar vários personagens, incluindo Jecki e Yord, de maneira cruel, deixa claro que ninguém está seguro desde o início, quando a maior atriz da série foi morta nos primeiros cinco minutos do primeiro episódio. Um flashback ainda pode suavizar isso. As partes boas do episódio terminam aqui: lutas incríveis e a coragem de mostrar como os Jedi estavam despreparados para uma ameaça que achavam não existir mais.
Amandla Stenberg em “The Acolyte” – LUCASFILM
O mal.
Osha e Mae são o foco da série e conseguem ser a parte mais fraca. A interação das duas é pobre, e a mesma atriz interpreta ambas as personagens, mas apenas uma das irmãs é minimamente bem construída. Quando ela está como Mae, traz alguma profundidade, nada de extraordinário, mas pelo menos é minimamente interessante.
Mas Osha, que deveria ser a protagonista, vive apagada e sem carisma. Sua conexão especial com a Força é difícil de perceber, a série até tenta mostrar alguns detalhes especiais que só ela tem, mas é necessária uma lupa pra conseguir perceber. Osha decide ir embora no momento em que o Sith aparece, mesmo que tenha ido até lá para achar a irmã. Quando a encontra, diz que queria prendê-la e levá-la aos Jedi, minutos antes aceitando ir embora com Yord sem questionar Sol. Quando volta para ajudar, é por causa do Mestre e de Jecki, esquecendo que sua irmã estava lá. Mae, no último episódio, decide mudar de lado ao saber que sua irmã está viva. Em vez de ajudar os Jedi e mostrar que abandonou sua vingança como ela mesmo disse que faria no episódio anterior, ela decide fugir.
“The Acolyte” Divulgação Disney Plus.
O feio.
As gêmeas finalmente se encontram e têm um diálogo preguiçoso. Sem impedimentos para falar abertamente e lavar a roupa suja, preferem brigar. Osha diz que estava lá para prender a irmã e ser fiel aos Jedi, mas até agora não foi explicada a razão dela ter abandonado a ordem enquanto ainda era padawan. Mesmo assim, ela se diz leal sem razão. Mae menciona lapsos de diálogo que poderiam ser explorados, como o fato de os Jedi terem feito uma “lavagem cerebral” em Osha. Mas ela mesma não enxerga que o lado sombrio da Força também cegou seu bom senso. Essa doutrinação dos dois lados da Força poderia ser um debate interessante, com as gêmeas decidindo não seguir nenhum dos lados e escolhendo seu próprio caminho.
Mas Mae não explica nada. Em vez de contar seu lado da história, ela enfrenta sua irmã, se coloca no lugar dela e vai com Mestre Sol de volta para a nave, sem saber que seu mestre ainda está vivo e deixando sua irmã por conta própria em uma floresta cheia de perigos.
Isso porque ela queria fazer as pazes com sua irmã.
Mestre Sol leva Mae achando se tratar de Osha, o que mostra que ele teve aulas com o Mestre Yoda. Na animação Clone Wars, Mestre Yoda disse aos clones que, embora fossem iguais por fora, cada um era único na Força. Ou seja, Sol deveria entender que aquela não era sua padawan só através da Força. Mae não é proficiente na Força por completo, então não teria como esconder seus pensamentos e intenções de um mestre Jedi poderoso.
E esse mestre Jedi poderoso não conseguiu nem ver a tatuagem que apenas Mae tem na testa. Além disso, o episódio quebra algumas frases de Ameaça Fantasma, mas é melhor esperar os próximos episódios para ter certeza.
Os episódios 3 e 4 de The Acolyte poderiam ser um só de quase uma hora, e o impacto teria sido maior. A história andou, mas tarde demais. Agora é difícil saber se a série consegue consertar os problemas que causou com três episódios restantes, que dificilmente terão uma hora de duração para colocar nos trilhos a pouca história que tem para contar.
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Texto por: David Alves