Olá, supers deste hospício.

A quarta temporada de The Boys chegou na Prime Video, e os três primeiros episódios já trazem altos e baixos.

Teremos spoilers aqui, prossiga com cautela.

Mas caso você não se lembre do que aconteceu nas temporadas anteriores, clique aqui e leia o nosso texto onde recapitulamos os principais acontecimentos.

Três episódios repletos da essência que move The Boys, com grandes acertos e problemas gritantes que estão preocupando os fãs. Não estou falando das críticas políticas onde a série abertamente satiriza regimes de extrema-direita, como o governo Trump e toda a cultura que o cerca. Isso The Boys faz desde a primeira temporada, não é novidade. Quem reclama disso agora não prestou atenção em tudo que a série já parodiou ou até ridicularizou relacionado à política e cultura.

Dito isso, vamos à série.

Divulgação Prime Vídeo

Bruto e os The Boys.

Bruto tem menos de seis meses de vida restantes. Sua missão agora não é mais matar o Capitão Pátria, mas afastar Ryan dele, sabendo que o garoto tem os mesmos poderes, mas ainda está descobrindo-os. Ninguém sabe os limites das habilidades de Ryan, e se ele for mais forte que o Pátria, isso pode ser uma ameaça gigantesca, especialmente se ele continuar sendo criado pelo homem que, não importa o que faça, sempre é aplaudido. Cabe a Bruto tentar ser minimamente paternal, como fez com Hughie. Enquanto morre lentamente, ele tem visões de sua ex-esposa Rebecca, que tenta empurrá-lo a ajudar seu grupo e Ryan. E aqui temos uma pequena teoria que faz total sentido: Joe Kessler (Jeffrey Dean Morgan) aparece na série como um antigo amigo de Bruto. Ambos tiveram um passado de missões não oficiais para o governo, e ele parece tão sem escrúpulos ou moral quanto Bruto. É Joe quem alerta Bruto sobre o perigo de Ryan e sugere prender o garoto em um bunker à prova de super para treiná-lo da melhor maneira. É um personagem ambíguo, sem mostrar claramente suas intenções ou se de fato existe.

A teoria é a seguinte: fãs perceberam que todas as cenas de Bruto com Joe são apenas entre os dois, Joe não interage com mais ninguém, o que pode sugerir que, enquanto Rebecca representa o lado de Bruto que quer salvar Ryan, Joe é a antítese, incitando Bruto ao caos para matar os supers, representando o lado desumano de Billy Bruto. Mas isso é apenas uma teoria.

Os The Boys agora são (ou voltaram a ser) uma força secreta do governo, especificamente da C.I.A, obedecendo ao presidente Bob Singer, que quer eliminar sua vice, Victoria, por saber que ela é uma super e, se ele vencer as eleições, ela estará a um passo da presidência. Para a C.I.A, isso é questão de vingança, já que nas temporadas anteriores, a antiga diretora da organização foi morta por Victoria enquanto ajudava o grupo. Então é claro que esse ato não ficará impune agora que cada vez mais pessoas estão descobrindo os poderes dela. O grupo, agora liderado por Leitinho, opera para tentar matar Victoria, que se mostra invulnerável a balas e até ácido. Ela está sempre um passo à frente de todos e, se não fosse o respeito que tem por Hughie, os rapazes teriam morrido nos primeiros dez minutos do episódio. A personagem de Victoria está apenas pavimentando seu caminho para a presidência, precisando manter uma relação de amizade com o Capitão Pátria, mas não seria surpresa se no futuro ela pedisse ajuda ao grupo para derrotá-lo. No entanto, sua insegurança cresce agora que sabe que Bruto conhece o vírus que mata supers e que é uma questão de tempo até que o vírus seja poderoso o suficiente para matar até o Pátria.

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Capitão Pátria e os Supers.

Pátria está em crise, inseguro sobre seu futuro e principalmente sobre sua idade agora que caiu a ficha de que ele envelhece e pode morrer. Sua missão agora é cuidar de Ryan para manter seu legado e elevar a imagem dos supers de maneira que eles se tornem soberanos e assumam que são deuses entre os mortais. Isso o leva a contratar a nova integrante do grupo, Mana Sábia (Susan Heyward), que é nada menos que a pessoa mais inteligente do mundo. Com a ajuda dela, Pátria finalmente tem alguém que pensa no meio da Vought que apenas obedece ao que ele diz. Sábia, por sua vez, chama Espoleta (Valerie Curry) para a equipe, que destila ódio contra Luz Estrela nas redes sociais e é uma espécie de musa para a extrema-direita, uma máquina de teorias da conspiração e fake news. Ela pode não ser poderosa como os outros, mas cativa multidões, e essa influência vale ouro.

Capitão Pátria enxerga em Victoria uma chance de ter um super na Casa Branca. Ela pode mover leis a favor dos supers como bem-quiser, e por isso essa aliança é valiosa. Há até uma cena tensa com Pátria tentando matar Hughie, que foi pego espionando a conversa deles, causando um banho de sangue com alguns pobres dançarinos inocentes mortos pelo herói. Se não fosse o Trem Bala, Hughie teria morrido. Trem Bala está ajudando os The Boys como pode, sabendo que Os Sete pode dar a ele credibilidade, mas o afasta de suas raízes e especialmente de sua família. A mudança que Capitão Pátria está querendo trazer para o grupo o desagrada pouco a pouco. O problema é estar na mesma equipe onde o líder é invulnerável e a pessoa mais inteligente do planeta está caçando o delator na Vought.

Divulgação Prime Vídeo.

Os problemas.

Na quarta temporada, temos um problema grave. A principal mente criativa da série foi responsável por Supernatural, e não é à toa que volta e meia temos o elenco daquela série em The Boys. Dá para ver uma semelhança entre elas, e mesmo com a quinta temporada sendo anunciada como a última, parece que a série está inserindo mais tramas do que precisa e acaba se repetindo.

Temos Francês e Kimiko em uma missão secundária que não tem nada a ver com a trama principal. Um casal que não sabemos se será realmente um casal romântico ou apenas amigos, mas que vai brigar e ter um desentendimento, mas acabarão bem no final. Já vimos isso antes, é uma trama que está sobrando. Hughie tem uma trama com o pai e a mãe que também está sobrando, e ainda temos o drama do Profundo, que consegue apenas ser inconveniente em todas as cenas, e nada mais que isso. No meio de uma guerra civil nos EUA, com Luz Estrela disputando com Capitão Pátria, essa trama familiar dele é totalmente apagada e desnecessária. Começamos a série com Hughie sendo o protagonista, representando o público geral no meio daquela galera maluca, e aos poucos a série percebeu que ele não tem nada de especial ou carismático (e talvez nem precise e seja de propósito) e colocou os holofotes nos únicos pontos que ainda sustentam essa série com maestria: Billy Bruto e Capitão Pátria.

Os atores sustentam o drama no olhar toda vez que entram em cena. Eles precisam estar no holofote, e quando estão, nosso tempo parece bem investido, e não em uma missão secundária repetitiva de Francês, Kimiko, Hughie ou as piadas péssimas do Profundo com um polvo. O drama de Ashley (Colby Minifie) dentro da Vought, sendo praticamente uma refém sem poder sair, é muito mais interessante e não me surpreenderia saber que futuramente ela pode ajudar os The Boys e ser outra delatora ali dentro da Vought. Parece que estão enchendo linguiça com tramas erradas, e isso está cansando o público. Por sorte, temos os pontos positivos que estão sustentando essa série nas costas.

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Texto por: David Alves