Um Dia Cinco Estrelas – Será? || Resenha

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Atualmente, é evidente no cinema nacional a predominância do gênero comédia nas telonas. No entanto, na maioria das vezes, as únicas risadas que conseguem arrancar do público são de vergonha alheia, levantando questionamentos sobre o motivo de terem pago pelo ingresso para assistir a determinado filme. Esse cenário não é diferente em “Um dia cinco estrelas”, dirigido por Hsu Chien, que também assina a direção de “Desapega!” e “Ninguém Entra, Ninguém Sai”.

O filme narra a história de Pedro Paulo, interpretado por Estevam Nabote, um adulto atrapalhado e desempregado, com um amor incondicional por seu Opala dos anos 70, apelidado carinhosamente de “mozão” (piada recorrente no filme). O amor exagerado de Pedro Paulo pelo carro o faz negligenciar suas responsabilidades, causando diversos problemas para sua família. Devido às suas trapalhadas, eles enfrentam dificuldades financeiras e precisam consertar sua casa, colocando em risco a viagem de aniversário da mãe do protagonista, dona Nilda, interpretada por Nany People, que estava juntando dinheiro para dançar tango em Buenos Aires. Para resolver os problemas que causou e presentear sua mãe, Pedro Paulo decide finalmente trabalhar como motorista de aplicativo, a fim de ajudar nas despesas da família. No entanto, ao longo do filme, todos os passageiros das suas corridas o colocam em situações desastrosas, incluindo declarações de amor, assaltos realizados por idosos, parto no carro e revelações de casos extraconjugais.

Um Dia Cinco Estrelas || Resenha
Paris Filmes

Assim como muitos filmes do gênero no cenário brasileiro, “Um dia cinco estrelas” se enquadra na comédia pastelão, com um humor frequentemente forçado, incapaz de arrancar uma única risada genuína ao longo dos 40 minutos de duração. As atuações são extremamente fracas e a edição das cenas acentua essa fragilidade, chegando a lembrar, em alguns momentos, o nível de uma peça de teatro escolar. A fotografia do filme também é bastante simples, mesmo em comparação com outras comédias do cinema nacional, o que faz com que se assemelhe mais a esquetes rápidas gravadas por canais do YouTube, como Parafernalha e Porta dos Fundos. Além disso, é válido ressaltar a falta de uma trilha sonora significativa, fazendo com que o filme seja basicamente preenchido apenas com efeitos sonoros de fundo para as ações dos personagens, que seriam mais apropriados para um programa televisivo como o do Ratinho.

Em conclusão, o filme não proporciona humor, mas sim vergonha alheia e compaixão por motoristas de aplicativo e pais com filhos desempregados. Se há alguma esperança de arrancar risadas desse retrato da comédia nacional, terá que ser depositada nas mãos do próximo guerreiro das comédias pastelões, pois esse filme não cumpriu seu papel.

 

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