O Continental: Do mundo de John Wick || Resenha

A primeira temporada de O continental chegou ao fim, e minha estadia nesse hotel podia ser melhor.

Muito antes de John Wick se tornar o maior assassino de todos, o hotel continental já estava de pé, pena que a série é esquecível.

Pouco tempo depois de John Wick 3 ir para os cinemas e todo mundo ficar doido pela continuação (que é sensacional) foi confirmada a série O Continental, que vinha com a proposta de explicar a história daquele hotel anos antes dos eventos do filme de Baba Yaga, mas parece que no meio de algumas produções até mesmo da própria prime video, a série é apenas mais um produto esquecível no meio de outras tantas.

A história.

A trama se passa nos anos 70, Winston Scott (Colin Woodel) descobre que seu irmão Frankie está sendo caçado por assassinos a mando de Cormac (Mel Gibson) que é gerente do hotel continental, Winston precisa viajar para Nova York e ajudar seu irmão e no caminho percebe que a melhor forma de resolver tudo é tomando o controle do hotel.

Na saga de filmes, Winston é interpretado por Ian McShane, uma influência quase paterna para John Wick que constantemente pedia conselhos para o gerente do continental, que se mostrava ponderado e orgulhoso por manter o controle do hotel durante anos. Aqui na série, Colin Woodel consegue trazer essa personalidade orgulhosa, porém levemente inconsequente, algo que não vimos nos filmes e é bem-vindo por se tratar de uma versão mais jovem do personagem. A série tambem conta com Concierge Charon, o anteriormente interpretado pelo falecido Lance Reddick, e nessa versão mais jovem temos Ayomide Adegun, sendo um ajudante do até então gerente do hotel, Cormac, sendo um iniciante no hotel Charon é mais impressionável, amador e inocente, mas assim como Winston a série tenta (e apenas tenta) mostrar a evolução do personagem até se tornar o recepcionista frio, seguro e misterioso que também auxiliava John Wick na saga.

A série tenta ser alguma coisa.

No primeiro episódio temos uma cena de luta digna da Baba Yaga, Frankie é um homem alto e forte de barba e cabelos grandes, que luta como John na saga, nos levando a acreditar que ele seria treinado na mesma fraternidade ou quem sabe poderia até mesmo ser pai de John Wick, enquanto Winston é o irmão metódico, certinho, fala baixo e permanece sempre vestindo roupas finas, aqui nós temos aquele pressentimento que John seria a mistura desses dois. Depois somos apresentados a Cormac, Mel Gibson faz um vilão caricato, mas carismático, um gerente que parece um cachorro doido sem focinheira, em seguida vemos como a cidade interage com os habitantes comuns como a polícia e os desavisados que entram lá achando que é um hotel comum, isso é legal de ser abordado para intendermos um pouco mais dos mistérios daquele lugar… mas para no primeiro episódio.

O que a série tem de bom começa e termina no primeiro episódio, nos dois seguintes parece que as situações se esticaram demais e não tem necessidade de dar tanta atenção para qualquer outro personagem que não seja Winston porque os demais não dão em nada, com apenas 3 episódios cada um de 1h30, um tempo totalmente desnecessário provando que essa mini série deveria ser um filme de 2h30 quem sabe, o grande público iria com facilidade em uma sala de cinema só por se tratar de uma produção do mesmo universo de Baba Yaga, a história seria mais focada em uma trama só e isso tornaria a produção em algo minimamente bom, uma aventura divertida nos anos 70.

A série não consegue emocionar ou deixar a gente eletrizado com a trama, e isso é constrangedor, tantos personagens passam pelos episódios, é bem difícil se afeiçoar a qualquer, até ao Winston, e estamos falando de um cara que não ganhou o continental de maneira democrática pela Alta cúpula, Winston é o homem que tomou o hotel a força e manteve ele de pé durante quase cinquenta anos, e mesmo assim os três episódios não conseguem dar a importância ou o respeito que o personagem merece ou que a saga merece.

No fim, a minha estadia no hotel continental foi boa, mas podia ter sido muito melhor. Prefiro acreditar que isso nunca existiu e continuar sem saber nada dos mistérios do hotel.

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