{Resenha}A Maravilhosa Senhora Maisel -Temporada 3 – Um pouco cansada

Mas ainda maravilhosa!

 

ATENÇÃO – SPOILLERS LEVES ABAIXO

A premiada série A maravilhosa Senhora Maisel volta em seu terceiro ano para arrancar risadas e comover corações.

Liderada por  Rachel Brosnahan no papel de Miriam “Midge” Maisel, a dramédia mantém o fôlego sustentado nas duas maravilhosas temporadas anteriores, entregando um bom terceiro ano, ainda que um pouco aquém dos demais.

Na terceira temporada, muitos personagens parecem estar “aéreos”, perdidos na trama. Suas motivações e arcos parecem ter sido forçados goela abaixo pelos roteiristas, o que tornaram algumas situações e decisões incoerentes ou inverossímeis diante das próprias personalidades já estabelecidas.

Nos personagens de Abe  (Tony Shalhoub) e Susie (Alex Borstein) são os maiores eventos. O pai de Midge, de um professor orgulhoso e renomado se tornou um perdido, jogando toda a carreira no ar a troco de nada. Já Susie, tem um arco um pouco mais plausível, mas apressado e sem a atenção devida. Ela sucumbe a um vício por apostas que poderia ser muito bem explorado se tivesse mais tempo do roteiro e da câmera, assim, a trama acabou num canto e, quando surgiu, ficou a sensação de que “veio do nada”.

(Fonte: Street Food Cinema)

Entretanto, se algo ainda brilha como uma supernova é a protagonista Rachel Brosnahan . Midge Maisel pouco mudou desde a primeira temporada, talvez mais confiante e menos dependente, porém, seu papel não é mudar e sim mudar os outros ao redor. A personagem irradia alegria, carisma e encantamento. É impossível não gostar de Midge e isso a faz embarcar numa carreira a ponto de decolar, abrindo shows para o famoso cantor fictício Shy Baldwin (LeRoy McClain).

Talvez, este seja o único ponto fraco da personagem. Sua alegria, otimismo, beleza e carisma são tão poderosos que acabam dando à personagem e à história (de forma proposital, é verdade) um tom de contos de fadas. Midge Maisel é mais do que uma pessoa normal, é quase uma força positiva da natureza.

(Fonte: The Guardian)

A série continua contando com a fotografia e produção impressionantes e impecáveis, que já lhes renderam prêmios importantes como o cobiçado Emmy. Mesmo depois de três temporadas, ainda é formidável vislumbrar a Nova York dos anos 50 pela visão colorida e viva da série e acompanhar os movimentos fluidos, naturais da câmera, que segue os personagens onde quer que eles vão, em longas cenas de movimentação sem cortes.

O Roteiro desta temporada segura Midge, lhe dando um arco interessante de crescimento, mas como já dito, quase deixa a peteca cair nos outros, mesmo assim, a série se segura firme, mantendo a qualidade, até um final triste e inesperado.

(Fonte: sentieriselvaggi)

Ainda assim, conhecendo Midge, ela não se abalará nem por um minuto e tratará de superar as dificuldades, sempre impecavelmente vestida e maquiada. Ainda assim, este resenhista que lhes escreve gostaria de ver a inabalável Sra. Maisel abatida, derrotada, pra variar. Isso me daria mais prazer em torcer e testemunhar sua inevitável vitória.