Semana Zack Snyder’s Liga da Justiça #5 – Liga da Justiça! Para os fãs, de Snyder.

ou para Snyder, dos fãs.

SEM SPOILLERS

E o dia chegou. A Liga da Justiça de Zack Snyder está disponível para o mundo e como era de se esperar, divide opiniões. Entretanto, raros são aqueles que dizem que é terrível ou inassistível e ninguém contesta que é melhor que a versão de 2017, encabeçada por Joss Whedon, num trabalho sob encomenda para a Warner DC/filmes.

Antes de mais nada é necessário frisar que é um filme de 4 horas, dividido em 6 capítulos. Eu assisti tranquilamente, mas pode ser pesado pra muita gente. Praticamente qualquer filme longo desse jeito seria cansativo, então, não há problema em dividir o filme da forma que preferir, já que cada capítulo tem um encerramento. É exatamente uma deixa pra quem quiser dar uma parada, mas não podem ser tratados como episódios de série. Tá mais pra parada para o intervalo.

Dito isto a próxima pergunta é: O filme é bom? Na minha opinião, é. Melhora em muito a história da versão de 2017, se encaixa perfeitamente com Batman vs Superman, seu antecessor, e dá arcos e desenvolvimento a todos os personagens, incluindo o vilão Lobo da Estepe, que era vergonhoso na versão anterior. Ainda há os problemas de roteiro presentes na maioria dos filmes de Snyder, a história se arrasta em boa parte, muito ocupada em mostrar origens (praticamente um terço do filme é dedicado à origens) e o enredo, pra ser sincero, é simplório: Um vilão espacial vem à Terra para encontrar três caixas mágicas e conquistar o mundo para seu Mestre. Enquanto isso, dispersos heróis da Terra, precisa se unir para impedi-lo. A história não é muito mais profunda que isso.

(Fonte: HBO)

Mas o espetáculo cinemático é garantido. As computações gráficas estão belíssimas, as cenas de ação e a trilha sonora são empolgantes, as motivações são claras em todos os personagens e tudo faz muito mais sentido.

Como pontos fortes, eu cito em primeiro lugar, a mudança do Lobo da Estepe, de vilão genérico virou um vilão “menos genérico” (ok, não parece muito), mas o visual está impecável, ele tem personalidade, arco dramático e motivações. Não é apenas um conquistador querendo tomar a Terra porque sim, ele tem razões para querer isso.

Em segundo lugar, o personagem Ciborgue. Aqui vemos o motivo de Ray Fisher ter ficado tão revoltado com a diminuição de seu personagem. Na versão de Snyder, ele é o coração da trama. Entendemos seu drama, suas motivações e sua índole. É um dos personagens mais fáceis de se criar uma conexão.

Em terceiro lugar, o Superman. A todo momento da trama que Superman é mencionado, o clima solene e épico pode ser sentido. O peso de Deus e Esperança é traduzido com perfeição, sua falta é sentida ao longo do filme, o que faz seu retorno ser aguardado, celebrado e degustado, pois ele realmente chega para mostrar porque os alienígenas não mexiam com a Terra antes de sua morte.  (ISSO NÃO É SPOILLER NÉ? ESTÁ NOS TRAILLERS!)

Justice League: Steppenwolf Battles Atlanteans in Snyder Cut Promo

(Fonte: Cbr)

Quem gosta da Mulher Maravilha também vai se deliciar com as cenas das amazonas e da própria heroína, especialmente na sequência do museu (que já é melhor que todo WW1984, 2020) e os duelos enérgicos contra o Lobo da Estepe.

Como ponto negativo, eu destaco a trilha sonora. Sim, apesar do grande trabalho de Junkie XL, trazendo um tom pesado e energizante com a guitarra proeminente, senti falta do clima grandioso que a trilha de Hans Zimmer proporcionava. Talvez nã oseja algo negativo para todos, já que a trilha é boa, mas não achoque traduz o universo criado por Snyder.

Outro ponto negativo é o pesadelo do Batman. Uma história totalmente a parte que só fará sentido se for extensamente abordada numa futura e improvável sequência. É bastante descartável, apesar de um bom embate entre o Coringa e o Batman e a união de personagens improváveis. Talvez, seja culpa da própria expectativa que criamos para essa sequência. Ouso dizer que a própria montagem foi desinteressante, a cena poderia se passar em outro momento no filme, que poderia lhe dar mais impacto.

No final, é um bom filme, sim. Supera em muita sua versão dos cinemas, deleita os fãs (do diretor), talvez não tanto os que não o apreciam, mas conta uma história original, corajosa, com um visual bonito, que já é característica de Snyder. Vale a pena assistir para tirar suas próprias conclusões.

Zack Snyder's Justice League review: "A fascinating, flawed climax to  Snyder's grand DC experiment" | GamesRadar+

(Fonte: gamesradar)

Mas talvez, seu maior mérito seja ousar fazer algo diferente da Marvel, seja para o bem ou para o mal, coisa que o próprio estúdio se acovardou e desistiu de tentar.

O Snydercut é uma ode ao diretor, aos fãs e aos personagens, nessa ordem,  e que ainda vai dar muito o que falar.

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