Zona de Interesse – Temos o novo vencedor do Oscar? || Resenha

Será?

A corrida pela estatueta dourada começou, e com cinco indicações ao Oscar, “Zona de Interesse” tem grandes chances de levar algum prêmio para casa. É inegável que o filme de Jonathan Glazer apresenta uma fotografia deslumbrante e um tema forte que aborda o Holocausto. A atração por alguém proibido pode ser cativante, mas quando se trata de uma época tão horrenda, a perspectiva muda. Assim, somos apresentados à história da esposa do comandante Rudolf Höss do campo de concentração de Auschwitz, que se apaixona perdidamente por um oficial nazista. Embora tudo pareça destinado ao fracasso, o filme mostra que, no final, o amor prevalece.

Zona de Interesse || Hospício Nerd
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Claramente, essa obra-prima não é para todo tipo de público, visto que possui um ritmo mais lento e não apresenta o dinamismo ao qual os telespectadores em geral estão acostumados. Ao som da trilha sonora de Mica Levi, iniciamos a aventura que nos convida a ingressar nessa época tão horrível como o Holocausto, que gerou inúmeras mortes de inocentes. Em uma tela preta, sentimos a angústia que as pessoas da época experimentaram.

Para mostrar o impacto e as maldades características do Holocausto, “Zona de Interesse” adota a banalidade. Passamos quase todo o tempo na propriedade de Rudolf e Hedwig, interpretados por Friedel e Hüller, como pessoas ‘normais’ que não têm empatia por ninguém ao redor. Com a rotina diariamente mostrada nas telas, os telespectadores são mergulhados naquele cenário.

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O diretor consegue um contraste causado pelo verde onde as crianças brincam e a parede cinza que cerca o local, impedindo que as atividades rotineiras ocorram. Em certo momento, Rudolf e Hedwig discutem não por causa da natureza monstruosa do homem, mas apenas por uma decisão burocrática de seu chefe. No final das contas, eles parecem um casal comum que precisa conciliar as demandas profissionais e as necessidades de seus filhos.

O som está muito presente no filme o tempo todo, trazendo mais veracidade para a cena, e a fotografia também dialoga muito bem com o público. Por fim, “Zona de Interesse” é uma história cativante sobre amor em uma época em que não existia empatia.

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