Zona de Exclusão – É preciso ser contado! || Resenha

Se liga!!!

Era uma leve estranheza quando o filme inicia e percebemos que ele foi gravado inteiramente em preto e branco, remetendo aos primórdios do cinema, quando tudo ainda não tinha cor. A meu ver, o fato de não sermos levados pela tonalidade requer que os atores se entreguem muito mais à atuação, e eles conseguem transmitir ao público sua angústia ao não saberem quando vão sair daquela “prisão”.

Na trama de Agnieszka Holland, conhecemos uma família de refugiados da Síria que decide embarcar para a Europa, onde um familiar os espera. Porém, nem tudo são flores quando eles se deparam com a Zona de Exclusão, como o próprio nome sugere. Aqui, ninguém pode sair, ou serão mortos, e eles têm que suportar todas as atrocidades que o povo da Polônia os faz passar, incluindo um bebê e duas crianças que mereciam ter uma vida normal (dói ver eles sendo tratados como animais).

Convenhamos, é um tema super forte, mas é necessário falar, para que o público veja como não era fácil a vida de refugiados, e isso Holland conseguiu transmitir através da sua magnífica direção, com um olhar sensível sobre um fato tão doloroso. Os atores também estão muito bem em seus respectivos papéis.

O filme é lindo em inúmeras perspectivas, mas a duração dele, que é de 3 horas, pode se tornar um pouco cansativa para os telespectadores. Com um ritmo lento, entendo que a história precisa ser contada, mas se reduzisse um pouco do tempo de tela, poderia ser mais atraente para mais pessoas que buscam algo mais dinâmico.

Claramente, “Zona de Exclusão” não é um filme para todo mundo, traz uma história super dolorosa que precisa ser contada, e Agnieszka Holland conseguiu trazer um olhar sensível sobre o fato. O público pode ver que eles não tiveram uma vida fácil.