A Casa do Dragão: Precisa de terapia || Resenha

A segunda temporada de Casa do Dragão chegou ao fim, e a família Targaryen claramente precisa de uma terapia coletiva.

O universo de George R.R. Martin pode não ter sido explorado da melhor maneira pela HBO nos últimos anos, mas os fãs ainda adoram os momentos de domingo assistindo à série, o famoso “Domingot”. Em meio a muitas produções que só têm um nome de peso, Casa do Dragão se destaca não apenas pelo nome, mas por um roteiro bem construído e um livro repleto de brechas para adaptações.

NÃO TEREMOS SPOILERS AQUI.

A Casa do Dragão

Rhaenyra Targaryen em A casa do Dragão.

Rhaenyra, Daemon e os Pretos

A dança dos dragões começou e Rhaenyra sabe que não há mais volta. Ela abraçou a guerra, mesmo que relutante, e decidiu agir. A temporada mostra como ela tenta impedir o conflito de se intensificar, mas precisa lidar com as consequências de seus atos e das ações alheias. Alicent deseja o mesmo, não por elas, mas para proteger seus filhos. Nessa dinâmica de olho por olho, a temporada já começa com muito sangue inocente derramado, não por culpa das protagonistas, mas por terceiros que se intrometem e agravam a situação, além de tirar o poder das duas como rainhas.

Daemon passa a temporada inteira em uma casa cheia de goteiras, fantasmas e assombrações incestuosas – um cenário típico de filme de terror. No caso, um castelo que ele toma para si, ou melhor, ganha. Mesmo que seja cansativo vê-lo sendo atormentado durante toda a temporada, ao final, percebemos que o personagem mudou. Se antes ele odiava seu irmão, agora entende o peso de quem usa a coroa, e sua lealdade a Rhaenyra permanece firme. O problema é que, mais para o fim da temporada, vemos histórias interessantes que poderiam ser mais detalhadas, se a série não tivesse gasto tanto tempo com Daemon em uma trama que poderia ter sido resolvida em, no máximo, dois episódios.

A Casa do Dragão

Aemond e Alicent em A Casa do Dragão

Alicent, Aemond e os Verdes

Do outro lado do tabuleiro, Alicent percebe que não tem poder, mesmo sendo mãe de Targaryens. No final das contas, não importa se seus filhos têm cabelos pretos ou loiros, o poder está em quem o povo acredita, seja pelo sangue, seja pela força ou pelo carisma, especialmente se você der ao povo o que ele quer. Alicent se vê em uma guerra que causou sem querer, por interpretar erroneamente as palavras de seu falecido marido, e deseja apenas descansar longe de toda aquela confusão cuja solução está fora de seu alcance. Ela sustentou uma mentira pelo poder, apenas para descobrir, aos poucos, que o poder escolhe seus favoritos, e ela não é um deles.

Aemond sobe ao poder gradualmente. Ele pode ter o maior dragão vivo daquela época, mas percebe que ter as melhores cartas não adianta se não souber jogar o jogo. E Aemond se mostrou um jogador perigoso. Em meio a uma guerra de dragões, uma personagem como Alicent consegue se destacar, mesmo sendo pequena em meio a uma bagunça tão grande.

A Casa do Dragão encerra 2ª temporada.

Rhaenyra Targaryen em A casa do Dragão.

Uma Coreografia para o Futuro

Nesta temporada, tivemos um desenvolvimento significativo dos personagens, mesmo que às vezes parecesse uma enrolação – e, em algumas partes, realmente foi. Se o final da temporada anterior nos prometeu mostrar a Dança dos Dragões, esta pelo menos nos ensinou a coreografia que veremos na próxima temporada. Como em uma partida de xadrez, esta temporada mostrou as regras do jogo e fez cada peça entender sua função no tabuleiro. Não importa quem tem o maior dragão ou o maior exército; vence quem sabe jogar.

Todos os episódios de A casa do Dragão estão no Streaming MAX.

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Texto por: David Alves 

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