O Quarto ao Lado – Alerta de filmaço!! || Resenha
Se liga!!
Senhoras e senhores, preparem-se para mais um filmaço que vai abalar as estruturas psicológicas e emocionais deste humilde cabineiro. Aviso: não é para menores de 18 anos.
Se você não está psicologicamente preparado, esse filme não é para você. Posso, sem medo, indicar ao Oscar de Melhor Fotografia e Melhor Atriz. O filme é pesado, mas de uma sutileza que abalou minhas estruturas. Não consigo decidir se estou decepcionado comigo ou insatisfeito.
Descrever o que senti ao assistir a essa obra-prima é difícil. Ela me deixou completamente sem palavras. Enquanto assistia ao documentário do Superman e relembrava Christopher Reeve, chorei como criança pela forma como o enredo foi construído.
Esse novo filme me prendeu de maneira diferente, submerso em poesia e beleza. Traz uma dualidade discreta, que vai das questões de saúde à decisão sobre a eutanásia. A história é conduzida com atuações impecáveis, especialmente nas longas conversas entre as duas atrizes principais. Diálogos profundos falam sobre literatura, escritores e o estado do mundo.
Outro tema sério abordado ao longo do filme é a questão climática. De maneira poética, reflete sobre como destruímos a Terra enquanto ela refaz seu ecossistema. O filme não se aprofunda na questão climática, mas nos convida a refletir sobre nosso papel na destruição do planeta. A abordagem é sutil e impactante.
Sem cenas de desastres, o filme traz a questão climática de forma sutil. Nos faz pensar em como governos e empresas poderiam agir de forma mais responsável. O ponto alto é a relação das amigas, especialmente quando uma, diagnosticada com câncer terminal, opta por não continuar o tratamento. Isso traz cenas de grande sensibilidade.
A amizade e o apoio emocional nesse momento são de cortar o coração. Mostra como podemos ser pilares para quem amamos em decisões tão difíceis. O filme cita livros e autores e possui uma fotografia impecável, contribuindo para uma imersão completa na história. Fiquei tocado, por viver algo semelhante.
Não foi com uma amiga, mas com um animal de estimação, e o sofrimento foi igualmente devastador. Essa conexão me tocou profundamente durante o filme. O filme é uma obra de arte completa, tanto em sua narrativa poética quanto em sua técnica cinematográfica. A trilha sonora discreta aumenta a serenidade da experiência.
Mesmo com poucas pessoas na sala, a conversa pós-filme foi profunda. O público discutiu cenas, tentando entender cada detalhe da história e da técnica. Este filme merece uma indicação ao Oscar, tanto pelo roteiro quanto pela fotografia. Ainda há muito o que se analisar, mas é um dos grandes do ano. Conclusão: É curioso como o filme aborda eutanásia e questões climáticas ao mesmo tempo. Ironicamente, a protagonista tenta encurtar sua vida, enquanto a Terra faz o mesmo.
Resenha por @henriquepheniato