Conclave – A Escolha do Papa || Resenha
Ou uma treta “arquidiocesana”
Brincadeiras à parte, “Conclave” é um filme que mergulha no processo de escolha do papa, um rolê que muita gente só conhece superficialmente. O filme consegue ser muito daora (sim, daora mesmo), sem aquelas trilhas sonoras de piano chatas (monótonas) ou enredos cansativos. Pelo contrário, ele é rico em detalhes, com planos muito bem elaborados que dão um dinamismo impressionante às cenas. Essa riqueza visual, junto com atuações de peso do elenco americano, fez com que eu nem piscasse – e olha que eu entrei na sala de cinema morrendo de sono. Com umas reviravoltas, especialmente no final, foi de prender o fôlego!!! Se tratando de opinião, essa é minha impressão sobre o filme.
Filmes que envolvem o universo papal e a Igreja Católica geralmente me remetem a terror. Sempre espero uma assombração no estilo “Invocação do Mal” aparecer do nada. Mas “Conclave” vai por outro caminho, sendo mais explicativo, quase didático. Não chega a ser um documentário, porque não tem aquele tom “chato” e carregado de realidade, mas também não é baseado em fatos reais. É um drama fictício que explora o que acontece nos bastidores após a morte de um papa: como velhinhos trancados numa sala debatendo e votando até chegar no mínimo de 71 votos necessários para eleger o novo líder. E, claro, rolam conflitos, interesses pessoais e discussões internas, com direito à famosa fumaça branca ou preta para sinalizar o resultado. É um retrato curioso e bem intrigante desse processo.
A trama trabalha bem os dramas e tensões entre os personagens, mostrando que a escolha de um papa não é só sobre espiritualidade e bondade, mas também sobre política e interesses. Um papa corrupto, por exemplo, pode colocar o mundo em apuros. Por outro lado, discursos fortes e emocionantes dos personagens nos fazem refletir sobre o que seria um papa ideal e como seria se a vida real seguisse a beleza e a profundidade dessas discussões. A parte técnica do filme também merece destaque: os close-ups, super closes e a riqueza de enquadramentos me encheram os olhos e trouxeram intensidade às cenas. Foi um dos motivos que me manteve acordado o tempo todo hehehe.
A cereja do bolo veio no final. Quando a gente menos espera, o personagem escolhido para ser o novo papa entrega uma surpresa impactante que deixa tanto o público quanto os cardeais (os velhinhos do conclave) e a nós que assistia o filme boquiabertos. A reviravolta é tão marcante que, ao sair da sessão, precisei confirmar com os colegas se tinha entendido certo. E sim, era exatamente o que parecia: algo que quebra completamente nossas expectativas e nos faz pensar sobre como algo assim seria na vida real. Esse tipo de trama instigante é o que torna “Conclave” uma experiência tão marcante.
Por fim, vale mencionar que o filme não tem nada de extremo que caia nas garras da censura. Então, é uma produção tranquila para maiores de 10 anos, embora as crianças provavelmente achem meio entediante. No entanto, para quem gosta de aprender sobre curiosidades e bastidores históricos, é um prato cheio. É aquele tipo de filme que te deixa pensando e querendo saber mais. E aí, ficou curioso? Assiste, comenta aqui embaixo o que achou e acompanha mais conteúdo com a gente no Hospício Nerd!
Resenha por @henriquepheniato