Sing Sing – É sobre resgate || Resenha
Não, não é um musical!
Eu jurava que iria assistir a um musical ambientado em um presídio de segurança máxima e sair cheio de questionamentos rasos sobre a obra.
Mas não, Sing Sing é uma obra que traz uma carga sobre o resgate da humanidade, da fragilidade, do afeto e, mesmo que não pareça, está discutindo questões raciais e a abordagem com homens negros.
Sim, existe um grande diálogo racial aqui nesse filme, e como vou trazer mais uma resenha com base na minha opinião, irei compartilhar momentos em que me vi em situações semelhantes às dos personagens que ali estavam. Então, vamos nessa.
Ao ler a sinopse do filme, logo de cara identificamos que ele aborda o racismo cotidiano, centrado na história de Divine G., um homem negro preso por um crime que não cometeu. Porém, a discussão racial vai além do esperado, tocando em uma profundidade que o Brasil ainda não conseguiu absorver totalmente: a abordagem afetiva de homens negros e o impacto que uma simples demonstração de afeto pode causar nesse contexto. Estou me segurando para não dar spoilers, porque há cenas tão cirúrgicas e carregadas de significados que merecem uma análise muito bem detalhada.
O filme também me fez lembrar da minha época no teatro, período que considero chave para me perceber como inteligente e livre, ainda que, na realidade, preso em um sistema que faz da ignorância uma “dádiva”. E ver homens negros sendo livres dentro de uma cadeia de segurança máxima foi uma experiência extremamente profunda.
Quando assistirem, lembrem-se de observar as transformações causadas pelo afeto. E lembrem-se de que todos ali passaram por essa transformação, mesmo que de formas diferentes.
Sério, eu poderia passar horas conversando sobre esse filme.
Mas, por agora, essa resenha fica por aqui.