Mickey 17 – Um filme esquecível || Resenha
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Eu juro que quase esqueci quando sai da sala
Salve, salve, internautas internados deste hospício! Fui agraciado com a oportunidade de assistir Mickey 17 e estou aqui para fazer mais uma resenha, falando sobre o que achei do filme e compartilhando com vocês minha opinião sobre essa obra escrita e dirigida pelo aclamado Bong Joon-ho, que explodiu nossas mentes com o filme Parasita. Então, vamos nessa.
“Um colaborador é enviado em uma expedição humana para colonizar o mundo gelado de Niflheim. Após uma iteração morrer, um novo corpo é regenerado com a maioria de suas memórias intactas.”
Mickey 17 tem vários apontamentos e críticas sociais imbuídas em um humor ácido, com tom sarcástico, e não me deixou dúvida nenhuma em seu alvo principal, que seriam os então poderosos da atualidade, Elon Musk e Donald Trump, com suas síndromes de deuses na Terra.
A trama é interessante e bastante criativa, mas chegou um momento em que senti que muitas coisas faltaram um melhor desenvolvimento. Me peguei com várias questões soltas sobre partes do filme que não fizeram sentido para mim. Talvez seja importante eu ver uma segunda vez para conseguir enxergar outras camadas que passaram despercebidas, visto que Bong Joon-ho é mestre nesse tipo de arte.
Mas, para minha primeira impressão, vi a crítica social do descarte de pessoas trabalhadoras que contribuem mais com a existência humana, a presunção humana de ser melhor e superior a outras raças, tanto com a extraterrestre quanto a pitada de supremacia branca enlatada como a salvação da raça humana.
O filme oferece uma boa imersão devido à fotografia muito bem entregue, mas, ainda assim, não consegui simpatizar com o protagonista e suas causas. E não é culpa do Robert Pattinson, que entregou uma atuação convincente, mas a forma acelerada de apresentação do personagem não me pareceu suficiente.
E, repito, se não fosse necessário essa resenha, eu teria esquecido que havia visto esse filme, que é decepcionante por ter sido feito pelo mesmo diretor e roteirista de Parasita.
Bong Joon-Ho expôs também a sua descrença espiritual de relance nessa trama, na qual reduz o ser humano a um corpo impresso e memórias retidas, fazendo uma breve menção ao espírito em uma entrevista em um canal de televisão de pouca relevância para os personagens que residem naquele universo.
Vale a pena assistir, mas indico não se animar tanto.