Robert Downey Jr. como Doutor Destino: Uma Escolha Arriscada ou Genial?

Robert Doweney Jr era o melhor para o papel?
A confirmação de Robert Downey Jr. como Doutor Destino causou um verdadeiro terremoto no fandom. Afinal, estamos falando do ator que deu vida a Tony Stark por mais de uma década. Ele foi o rosto que iniciou — e carregou — o Universo Cinematográfico da Marvel até seu ponto mais alto. Portanto, escalá-lo como um dos maiores vilões das HQs, o monarca latveriano Victor von Doom, é uma decisão que naturalmente divide opiniões.
Robert é brilhante – mas isso basta?
Ninguém questiona o talento de Robert Downey Jr. Sem dúvida, ele tem carisma, peso dramático e inteligência cênica. Consequentemente, muitos esperam que ele entregue uma interpretação marcante de Doom. Em termos de estratégia, a escolha faz todo sentido. Afinal, colocar um rosto amado e consagrado em um novo papel-chave garante atenção, bilheteria e, claro, polêmica. É uma jogada de impacto.
Entretanto, é justamente aí que a discussão começa.
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O apagamento cultural de Doom
Nos quadrinhos, Victor von Doom é filho de ciganos latverianos. Sua origem é marcada por perseguição, resistência e uma forte identidade étnica. Portanto, sua dor, orgulho e até sua arrogância nascem dessa vivência. No entanto, ao escalar Robert — um ator branco, norte-americano, sem essa bagagem — a Marvel deixa para trás uma camada essencial do personagem.
Esse movimento reforça um padrão já conhecido. Inclusive, o mesmo apagamento cultural aconteceu com Wanda Maximoff. Nas HQs, ela também possui origem cigana, mas sua etnia foi ignorada no MCU. Assim, mais uma vez, a representatividade é sacrificada em nome do espetáculo.
A Marvel perdeu a chance de trazer um Doom mais autêntico, com raízes sociais, políticas e étnicas. Um vilão que, além de ameaçador, carregaria uma bagagem cultural rica e significativa.
E quanto à narrativa?
Narrativamente, escalar Robert como Doom causa um efeito colateral evidente. A imagem de Tony Stark ainda é muito forte no imaginário do público. Por isso, será difícil dissociar os dois. Talvez isso seja proposital — uma aposta em variantes, multiverso ou até mesmo um recurso metalinguístico.
Ainda assim, existe um risco real. O público pode não enxergar Doom como ele realmente é. Em vez disso, poderá parecer apenas “Robert Downey Jr. interpretando alguém mau”. E isso pode enfraquecer o impacto e a construção do personagem.
Uma escolha que diz muito sobre a fase da Marvel
No fim das contas, essa decisão diz muito sobre o momento atual do estúdio. A Marvel oscila entre o medo do risco e a vontade de surpreender. Por um lado, Robert Downey Jr. como Doom é uma jogada genial de marketing. Por outro, pode comprometer a fidelidade à essência do personagem, além de afastar possíveis ganhos narrativos e representativos.
Em resumo, a grande pergunta é: será que o brilho de RDJ vai iluminar Victor von Doom — ou vai acabar eclipsando tudo ao redor?
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