Invencível – Um sincero relato da vida real! || Resenha

Fofura
Filmes baseados em histórias reais costumam ter um enorme apelo emocional. Eu, particularmente, gosto muito de tramas que retratam pessoas de verdade — e esse é o caso de Invencível. Acompanhamos a história de Austin, um menino doce que enfrenta uma rara condição que faz com que seus ossos se quebrem com facilidade. Como se isso já não fosse o bastante, ele também está no espectro autista. No entanto, isso não o impede de ser uma criança como qualquer outra. Afinal, todos temos nossas dificuldades, mas seguimos sendo iguais em essência.
Deixo claro que tudo isso é apenas a minha opinião, e você está mais do que à vontade para discordar.

O que diferencia esse filme de tantos outros do gênero é o fato de que quem narra a história é o próprio Austin. É a partir do seu olhar que conhecemos suas dificuldades e os impactos de seu diagnóstico na vida de toda a família. Fica evidente que sua visão de mundo é única — mas nem por isso ele é diferente de mim ou de você. Há muito a aprender com sua sensibilidade e ingenuidade. Isso é algo que seu pai, Scott, infelizmente só começa a perceber depois de se perder em um ciclo de alcoolismo, usado como forma de escape.
“Juntos somos mais fortes” — esse deveria ser o lema de toda família. E é exatamente por isso que Scott e Tereza decidem enfrentar, lado a lado, os desafios que surgem ao criar um filho atípico. Austin precisa lidar com o preconceito desde cedo, inclusive na escola, mesmo com todos os esforços dos pais para que ele cresça de forma saudável e o mais integrado possível dentro de suas capacidades.
Embora eu não conheça pessoalmente ninguém dentro do espectro autista, percebo — pelo pouco que sei sobre o tema — que o diretor Jon Gunn demonstrou uma sensibilidade admirável ao retratar o autismo e a forma como pessoas no espectro veem o mundo. Ele aborda o tema sem exageros ou dramatizações desnecessárias, transmitindo ao público uma mensagem valiosa: temos muito a aprender com essas crianças. São crianças comuns que, quando bem cuidadas e acolhidas, podem se desenvolver de forma surpreendente.
Apesar de trazer temas super relevantes nos dias de hoje, no fim das contas Invencível é, acima de tudo, um filme sobre um pai que aprendeu a amar o filho exatamente como ele é — e que entendeu que o autismo não define Austin, mas faz parte de quem ele realmente é.
A única coisa que me incomodou um pouco foi o fato de o filme deixar de lado o personagem Logan, o irmão mais novo de Austin. Ele não recebe tanta atenção da trama, e sentimos falta de ver como ele lida com tudo isso.
Scott é interpretado por Zachary Levi, conhecido por viver o herói Shazam. Foi a primeira vez que o vi em um papel que exige mais carga emocional, e ele conseguiu entregar uma performance bastante sensível como esse pai que busca ser melhor para os filhos. A química com Jacob Laval, que interpreta Austin, é maravilhosa. Com todo seu carisma, o pequeno ator vai conquistar o público com sua doçura e presença cativante.
Por fim, Invencível é um filme emocionante do começo ao fim, que mostra que todos somos iguais, apesar das dificuldades enfrentadas no dia a dia. Uma obra que nos lembra, com delicadeza, que cada um é único — e isso é algo a ser valorizado.