Bienal do Livro Rio 2025: Riocentro se transforma em um parque literário interativo

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A Bienal do Livro do Rio de 2025 está escrevendo um novo capítulo na história dos eventos literários no Brasil — e com letras maiúsculas. Além de ser a maior edição já realizada em termos de área ocupada, o evento caminha para quebrar recordes de vendas, demonstrando um apetite renovado dos leitores por livros, cultura e experiências imersivas.
Logo nos primeiros dias, o entusiasmo ficou evidente: editoras de peso relataram crescimentos expressivos no faturamento. A Sextante, por exemplo, viu suas vendas dispararem 70% em relação à edição anterior. A Intrínseca não ficou atrás, com alta de 63%, enquanto a Record teve um aumento de 45%, a Globo Livros subiu 50%, e a Rocco registrou crescimento de 42%. Já a HarperCollins surpreendeu ao alcançar, em apenas dois dias e meio, mais da metade do faturamento total da Bienal passada. A única das grandes editoras a não divulgar seus números até o momento foi a Companhia das Letras.
Os bons ventos que sopram sobre o evento carioca também se alinham a uma tendência observada em setembro de 2024, durante a Bienal de São Paulo. Naquele ano, o evento atraiu 722 mil visitantes — o maior público em uma década — e os expositores comemoraram um crescimento de 83% na média diária de faturamento.
Recordes x Queda de Vendas
Mas esse sucesso em eventos contrasta com o cenário nacional do mercado editorial, que apresentou uma leve retração: segundo a Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, realizada anualmente pela Nielsen e SNEL, houve uma queda real de 1% no faturamento do setor entre 2023 e 2024, já descontada a inflação. Ou seja, as feiras se consolidam como momentos decisivos para o setor, compensando o arrefecimento das vendas no varejo tradicional.
Por outro lado, o público compareceu em peso. Embora os números finais ainda não tenham sido divulgados pela organização, um marco já foi alcançado: no sábado, dia 14, os ingressos se esgotaram por volta das 13h — algo inédito em toda a história da Bienal. No domingo, mesmo com bilhetes ainda disponíveis até as 17h, o movimento foi igualmente intenso.
O grande fluxo de pessoas, no entanto, não comprometeu o conforto. Isso porque a Bienal deste ano ocupou 130 mil metros quadrados do Riocentro — 40 mil a mais do que na última edição — permitindo melhor circulação e mais espaço para as atrações.
Rio de Janeiro: Capital Mundial do Livro
E não faltam motivos para essa Bienal ser especial. Em 2025, o Rio de Janeiro carrega o título de Capital Mundial do Livro, concedido pela Unesco — a primeira cidade brasileira a receber essa honraria. Para celebrar o feito, a GL Events, organizadora do evento, antecipou planos que estavam previstos apenas para 2027 e transformou a Bienal em um verdadeiro espaço onde a literatura encontra o entretenimento e a tecnologia.
Além dos tradicionais estandes e sessões de autógrafos com autores renomados, o público pode explorar labirintos temáticos, participar de escape rooms inspirados em enredos literários e até dar uma volta em uma roda-gigante instalada no pavilhão. A programação também inclui debates, contação de histórias, apresentações musicais e oficinas criativas para todas as idades — consolidando a Bienal como um programa ideal para famílias e leitores de todos os perfis.
Parque Literário Interativo
Na edição de 2025, a Bienal do Livro do Rio de Janeiro foi além da tradicional feira literária e se transformou em um verdadeiro parque literário interativo, celebrando o título de Capital Mundial do Livro concedido ao Rio pela Unesco. Em um espaço ampliado de 130 mil m² no Riocentro, o evento reuniu atrações que encantaram visitantes de todas as idades: labirintos temáticos inspirados em obras literárias, escape rooms, áreas infantis, oficinas criativas, espaços instagramáveis e até uma roda-gigante — tudo pensado para tornar a literatura uma experiência sensorial e divertida.
A iniciativa, batizada de “book park”, marca um novo modelo de evento cultural no Brasil, ao unir livros, tecnologia, arte e entretenimento. A proposta é clara: levar o público a viver as histórias, e não apenas lê-las. A estratégia já se mostra um sucesso, com enorme adesão do público e forte engajamento nas redes, reforçando o papel da Bienal como um dos eventos mais inovadores e importantes do calendário cultural do país.
O sucesso da Bienal do Livro do Rio de Janeiro em 2025 mostra que, mesmo em tempos digitais, os livros continuam tendo um poder de conexão inigualável — e que a paixão pela leitura, quando somada a experiências inovadoras, pode se transformar em um verdadeiro espetáculo cultural.