{Resenha} Coisa Mais Linda – Beleza, protagonismo feminino e muita inspiração
É a coisa mais linda mesmo!
A série brasileira Coisa Mais Linda foi como um presente esse ano no meio do caos. Confesso que tive receio de começar a assistir, mas me surpreendi positivamente e estou super ansiosa para a segunda temporada.
O enredo acontece nos anos 50 e acompanha Malu (Maria Casadevall), uma paulista que se muda para terras cariocas com seu marido, na intenção de construirem um restaurante, mas tudo dá errado quando ele rouba a jovem e desaparece. Malu é a típica mulher sonhadora e com um espírito independente, mas diversas vezes se encontra oprimida, pois naquela época as mulheres eram totalmente criticadas por trabalhar e por terem vontade própria. Mulher era sinônimo de serventia para o homem (coisa que infelizmente ainda acontece hoje em dia). Após ficar totalmente desolada ao receber a notícia de seu marido, ela acaba conhecendo Adélia (Pathy Dejesus) de uma maneira inusitada (não posso dar spoiler), e as duas começam uma amizade meio conturbada de primeira, até se tornar uma das coisas mais encantadoras da série.
(Reprodução: GaúchaZH)
Felizmente a produção não foca somente na personagem de Maria Casadevall, e dá visibilidade para mais três protagonistas: Adélia (Pathy Dejesus), Lígia (Fernanda Vasconcellos) e Thereza (Mel Lisboa). Cada uma tem uma história tão diferente com sentimentos tão parecidos que se conectam de uma forma tão leve e bonita de se ver.
Adélia possui conflitos sobre seus sentimentos amorosos e precisa “engolir” diversas situações completamente desagradáveis de uma patroa totalmente racista, em troca de dinheiro, afinal, ela tem uma filha pequena para criar. O processo de crescimento da personagem é lindo e inspirador.
Lígia aparentemente possui a vida perfeita, mas ao mesmo tempo enfrenta muitas situações abusivas e machistas diariamente. O conflito entre aceitar tudo calada e ter uma vida confortável ou arriscar e viver seus próprios sonhos está sempre presente na vida da personagem.
Thereza é a única melhor com um pouco de poder em uma agência dominada por homens e rodeada de machismo. Mesmo possuindo um cargo “digno”, ela ainda precisa ouvir muitas coisas desagradáveis, mas, diferente das outras protagonistas, Thereza ainda é a mais ousada, já que publica colunas no jornal falando realmente o que pensa, e é a única que tem um marido com menos atitudes machistas.
(Reprodução: Portal AZ)
Perceberam quantas vezes eu escrevi a palavra “machista” nessa crítica? Pois é..Infelizmente, a série possui diversas situações machistas que chegam a despertar tanta raiva a ponto de querer desligar a tv e não assistir mais, mas não desistam, é encantador a forma com que a série se desenrola, e ainda arrisco em dizer que você irá se motivar a seguir seus sonhos quando terminar. Como não posso dar spoilers, só peço para que deem uma chance pra essa produção brasileira porque ela vale muito a pena. Aproveita que são só 7 episódios e a segunda temporada estreia no dia 19. SIM! Essa semana.
Antes de terminar, gostaria de aplaudir incansávelmente ao roteiro, a direção, a fotografia e principalmente, a trilha sonora que te faz viajar em diversos momentos. Se eu puder definir Coisa Mais Linda em uma palavra seria: Inspirador.
A primeira temporada completa está disponível na Netflix.