Não! Não Olhe! – Só uma espiadinha! || Resenha

Peraí…esse é o filme que vou resenhar sobre, nas linhas à seguir…

Podem olhar à vontade que essa resenha é sem spoilers. Ah, só pra lembrar que é a minha opinião sobre o filme, ok?? Bora lá. Não não olhe, é um filme de Jordan Peele. O cara fez 2 outros filmes que são tidos como revolucionários no gênero de horror e terror psicológico, que são Corra! e Nós.

Peele traz Daniel Kaluuya novamente como seu protagonista, na pele de OJ, filho de Otis Haywood, interpretado por Keith David e irmão de Emerald, interpretada por Keke Palmer. Os 3 são donos de um rancho no interior da Califórnia, onde treinam cavalos para comerciais e produções de Hollywood. São os pioneiros nesse ramo, como cita Emerald, ao falar do primeiro “vídeo” feito com uma imagem de um homem negro montado em um cavalo. E essa história é real, mas se trata de Eadweard Muybridge. “Desde que fotografias começaram à se mexer, nossa pele estava lá.” E aí vem a alfinetada que Peele sempre dá em seus filmes, no que tange a questão racial. Em Nós e em Corra! principalmente, isso estava mais explícito. Em Não, Não Olhe, foi mais sutil, mas esteve presente.

O rancho é vizinho de um parque, gerenciado por Jupe, uma ex estrela mirim de tv, que teve um trauma nesse mesmo programa e é interpretado por Steve Yeun. Algumas coisas estranhas começam à acontecer nas redondezas e acaba envolvendo o rancho e o parque. Daniel Kaluuya é impressionante mais uma vez, como em Corra! e também em Messias Negro. Uma atuação incrível e dá pra ver que ele e Peele tem uma química e tanto trabalhando juntos. Confidenciando que não acompanho muito a carreira de Steve Yeun, acredito que esse seja o primeiro papel maior, desde que ele esteve em The Walking Dead e ele fez mais um ótimo papel. Keke Palmer é o alívio cômico do filme e ela também tem uma atuação primorosa.

Os efeitos estão muito bons, mesmo quando a ameaça aparece. Ela ficou meio diferente de todo o cenário mas, mesmo assim, ainda ficou muito bom. A trilha do filme se encaixa perfeitamente com toda a atmosfera tensa, tendo leveza e até regionalidade. Só uma coisa que me pegou um pouco, mas nada que tire a excelente experiência na telona. O filme tem uma tensão forte mais ou menos até o meio e depois, fica um pouco arrastado e a tensão diminui muito, por já vermos a ameaça em ação:

– Ah Juggernaut, mas vimos a ameaça no trailer!

Vimos sim, mas ainda assim, o filme consegue te dar aquela sensação de suspense. No fim das contas, Não, não olhe é um baita filme, com elenco muito bom e um roteiro, direção e produção incríveis e vale muito à pena de ser visto nos cinemas. Lembrando que tudo isso, é minha opinião. Se você discorda, manda aí e vamo debater.

Abraços e até à próxima.
Juggernaut.