Sede Assassina – Essa mata mesmo! || Resenha
Filme não recomendado para pessoas sensíveis, como veganos ou aqueles que sofrem de fobia social.
Vamos falar sobre um filme que me deixou impressionado… E não foi pela atuação da atriz Shailene Woodley como Eleanor Falco, que me deixou fascinado quando a vi em “Divergente”. Neste filme, ela costurou muito bem a história como uma policial simples, tipo “Chicago Fire”.
No entanto, não pude conter as lágrimas diante da perfeição da direção, equipe de fotografia, arte, design e filmagem. A aplicação foi incrível, parabéns! Os planos de filmagem foram elaborados com maestria, e a beleza próxima à natureza me encantou. Logo no início, toda a equipe se empenhou muito para montar o cenário e contextualizar a história, e foi satisfatório ver tudo em alta qualidade nas três telas de 100 polegadas (risos), além da excelente acústica do cinema. O trabalho da equipe de áudio foi muito bom, com encaixes sonoros perfeitos, incluindo tiros, explosões, ruídos e detalhes sutis, como o som do tecido das roupas roçando.
O filme levanta questões inteligentes da CIA/FBI ou qualquer outra agência americana para encontrar um assassino ou serial killer. O subtema do filme é fantástico, e Eleanor Falco, com seu olhar diferenciado, não permite que você se distraia. A cinematografia teve o cuidado de mostrar focadamente o que a personagem vê e instigar você a imaginar o que ela faria se estivesse diante da situação.
Entende-se que é necessário ter pulso firme para trabalhar nessa área, e desde o início, ela demonstra interesse e perspicácia em suas ações. O local era muito frio, tornando a dinâmica do set mais estressante durante as filmagens, o que eu entendo. Quero destacar tanto as críticas quanto os elogios à equipe de figurino, que, talvez por falta de verba ou intenção proposital, repetiu muito o figurino, parecendo uniforme escolar. No contexto urbano de um hiper centro, as forças policiais estavam impecáveis. Também devo elogiar a atuação dos figurantes, que estavam “bem produzidos” em suas interpretações.
Destaco que o filme se passa em um contexto recente, abordando a pandemia de COVID-19. Fui surpreendido por uma perseguição que não consigo descrever sem dar spoiler. No entanto, prepare-se psicologicamente, pois o assassino tem uma lógica muito convincente para justificar seus atos, algo que aqueles que acompanham os vilões do Marvel Studios, de forma inteligentemente empática, podem “perdoar” de maneira filosófica o causador de tanto pânico.
Há diversas críticas sociais bem-sucedidas no filme, e não são poucas. Após assisti-lo, você certamente não vai querer comprar uma arma e lutar contra o sistema, seria tolice! No entanto, foi muito intenso pensar fora da caixa e refletir sobre como pequenos sinais ou uma parte de um grande pasto levam ao abate.
Esse filme me remeteu a casos semelhantes ocorridos no Brasil, o que me entristece. Por isso, classifico esse trabalho como excelente, pois despertou em mim muitos sentimentos e gatilhos constrangedores.