Echo: A Marvel quase chegou lá || Resenha

Olá meus hospícios vingativos!

“Echo” é uma série que a Marvel quase engavetou e quase esqueceu que existia, mas finalmente, a primeira temporada foi lançada!

A personagem apareceu inicialmente na série do Gavião Arqueiro e, sabe-se lá por que, a Marvel decidiu investir em uma série própria para ela. Ela não era exatamente uma personagem de interesse geral, e as notícias de regravações e cortes apenas contribuíram para diminuir ainda mais o interesse (que já era limitado). Uma produção que começou com um pouco mais de uma dúzia de episódios chegou à plataforma com apenas cinco.

E qual é o enredo?

Maya Lopez está buscando uma nova vida após supostamente ter matado Wilson Fisk, o Rei do Crime. Ela decide ocupar o lugar dele e construir um império próprio. No entanto, ao visitar sua antiga cidade, percebe que tem um papel crucial em sua comunidade e que sua ancestralidade fala mais alto do que sua ambição de se tornar uma rainha do crime.

Echo : Poster

Ela não é tão adulta.

Os principais elementos que atraíram levemente o público foram a identidade urbana criada pelas séries do universo do Demolidor e a censura mais elevada associada a elas. Por esses motivos, a Marvel criou o selo Spotlight, com o objetivo de contar histórias menos conectadas ao resto do universo Marvel e voltadas para um público mais adulto. “Echo” possui esses elementos… pelo menos no primeiro episódio.

O primeiro episódio revisita a jornada de Maya, apresentando cenas de ação realmente ótimas, com uma leve dose de violência que, embora não seja chocante, é mais intensa do que a Marvel costumava oferecer. No entanto, o problema surge após o segundo episódio, quando o foco da série se perde. O que foi inicialmente prometido como uma série urbana transforma-se em uma jornada de ancestralidade. Maya reconecta-se com sua comunidade indígena, explorando seu passado. Embora isso seja belo, o aspecto urbano da Marvel se perde nesse ponto. No final, a série volta a ser um típico produto Marvel, com superpoderes, batalhas épicas e personagens que muitas vezes servem apenas como vítimas ou degraus para outros.

A série não mantém a essência urbana prometida, mas tenta compensar isso ao explorar o peso histórico da comunidade indígena Choctaw de Oklahoma. Se a produção tivesse se concentrado mais nesse aspecto, teria conferido à série uma identidade mais marcante. Assim como “Shang-Chi” explora a mitologia e a identidade chinesa, e “Pantera Negra” aborda temas raciais e tribos africanas, “Echo” poderia ter explorado com mais profundidade as raízes indígenas de Maya. O grande problema é que a Marvel percebeu que vender a série como algo semelhante a “Demolidor”, “Jessica Jones”, etc., atrairia mais fãs.

“Echo” não é uma série ruim; ela é mal aproveitada. Já era possível perceber isso após os anúncios de cortes, regravações e tentativas de ajustar o universo Marvel após as críticas recebidas nos últimos anos. É provável que essa série seja esquecida facilmente, e se a personagem retornar (o que espero que aconteça), torçamos para que compreendam que ela é interessante e só precisa ser retratada da maneira certa, pois “Echo” funciona tanto no cenário urbano quanto no fantástico.

 

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