Meninas Malvadas: O Musical – Um belo presente para os fãs do Original! || Resenha

Não dá para negar que “Meninas Malvadas”, o filme que lançou Lindsay Lohan ao estrelato, é um ícone dos anos 2000. Após 20 anos, ele retorna com uma roupagem mais moderna, mas sem perder sua essência original, e, diga-se de passagem, ficou muito bom. Uma comédia sobre amizade e rivalidade feminina, o longa de 2004 tinha todos os motivos para ser rejeitado no teste do tempo. No entanto, não foi isso que aconteceu, pois souberam abordar o tema principal como parte intrínseca da natureza humana, tornando a busca por popularidade algo natural a todo custo.

Meninas Malvadas: O Musical || Hospício Nerd
Copyright Paramount Pictures

Dessa vez, o longa foi adaptado do musical da Broadway, e como amante desse gênero, eu simplesmente amei a trama. Claro que a história é a mesma, mas utilizam músicas que se encaixam perfeitamente no contexto para narrar tais fatos. Quando Regina George, a patricinha mor, é apresentada, é surto atrás de surto, muito se deve à atuação de Renné Rapp, que está perfeita, sem defeitos. Ela acaba sendo até mais maligna do que a versão de 2004.

Mesmo depois de tanto tempo, a moral do filme continua a mesma: por mais que a gente se odeie, fale mal uma da outra e jogue os jogos da adolescência com entusiasmo, todas queremos a mesma coisa – ser aceitas pela sociedade como somos. Esse é o principal dilema de qualquer jovem na flor da idade. No fim das contas, a mensagem de tolerância e autoaceitação é o que faz de “Meninas Malvadas” um clássico, por mais que as personagens criadas por Tina Fey sejam clichês, elas têm sentimentos reais que fazem qualquer um se identificar rapidamente.

A quebra da quarta parede, dessa vez, é substituída por TikToks e redes sociais, fazendo jus à nova geração que não era nascida na época do original, trazendo um ar de modernidade para a história já conhecida.

Meninas Malvadas: O Musical || Hospício Nerd
Paramount

A atriz Angourie Rice sustenta o papel de Cady maravilhosamente bem. Apesar de Rapp, nossa nova Regina George, estar perfeita no papel, é Rice quem rouba a cena com seu rosto angelical. Ela consegue segurar todas as camadas que sua personagem pede. O elenco como um todo está ótimo. Auli’i Cravalho e Jaquel Spivey, intérpretes de Janis e Damian, respectivamente, têm uma química incrível e entregam as melhores piadas.

Contudo, nem tudo são flores, na minha opinião. A escolha de Christopher Briney como Aaron Samuels foi equivocada. O ator interpreta um galã sem sal e não tem química nem com Regina George nem com Cady. Além disso, o ator não canta, o que levou à retirada de seu solo, sendo um dos únicos que não tem um momento para brilhar.

As músicas retiradas da Broadway parecem hits do pop atual; são dançantes e têm o efeito chiclete, não desgrudam da cabeça. Além disso, elas sabem casar-se perfeitamente com o humor do filme. E o novo “Meninas Malvadas” sabe utilizá-las sem perder o ritmo e parecer cansativo.

Claramente não podemos dizer que o filme de 2024 supera o de 2004, pois o último tem 20 anos e muita história para contar, mas podemos dizer que ele é um presente maravilhoso para os fãs do original e abraça as novas gerações.

 

Fala visitante do Hospício! deixe seu recado aê!