Semana Zack Snyder’s Liga da Justiça #6 – O legado do Snydercut
Hallelujah!
Chegamos ao fim de nossa Semana Zack Snyder’s Liga da Justiça. Foi uma semana intensa, não?
O dia veio, o famigerado corte de Zack Snyder foi lançado ontem e vem causando reboliço e comoção na internet, chegando a ofuscar o lançamento de Falcão e o Soldado Invernal, nova série do MCU, e isso é algo grande.
As opiniões não estão tão divididas quanto os outros trabalhados de Snyder. Talvez por ter um viés de comparação com um produto anteriormente lançado e muito inferior, o Snydercut vem sendo bem recebido, muita gente chega a dizer que é seu melhor filme no DCU.
Gostando ou não do diretor ou de sua visão do universo DC, não há como negar que o lançamento de seu corte é um divisor de águas na indústria, algo sem precedentes. Acha que estou exagerando? Que estúdio investe mais 70 milhões de dólares num filme que já custou 300 milhões e foi um fracasso de bilheteria? E mais, confiando em Streamings, facilmente pirateáveis. Não é uma aposta barata e o feito do Snydercut não é algo desprezível.
(Fonte: Comicbook)
Zack Snyder tem uma visão em muitos pontos distorcida dos personagens. Muitos dizem que ele não os entende, e eu concordo em alguns pontos, mas, mesmo com essa visão, o diretor arregimentou uma legião de fãs, que suportou seu projeto e entrou com ele numa batalha contra um dos maiores estúdios do mundo para ver o trabalho original do diretor mostrado ao público. E venceram. Isso se deve em grande parte ao carisma de Snyder, um profissional amado por todos que trabalham com ele. Sua relação com o elenco principal é estreita, basta ver que todo o cast da liga suportou de primeira hora a hashtag #ReleaseTheSnyderCut, (Lancem o corte de Snyder) e jamais mencionaram o diretor que o substituiu, Joss Whedon, com exceção de Ray Fisher, que o faz para tecer duríssimas críticas.
Pode-se dizer que para a família Snyder, pois sua esposa Deborah é produtora, o processo de criação e lançamento deste filme foi um verdadeiro calvário. O diretor tinha embates constantes com o estúdio que queria “suavizar” sua visão, o que eu entendo como “marvetizá-lo”. Ainda teve cães de guarda no set para supervisionar as filmagens, na figura de Geoff Johns e John Berg (os quais Snyder gentilmente disse que não se sentiu desconfortável com a presença), teve seu roteiro revisado e mutilado por Joss Whedon e, por fim, a triste morte de sua filha Autumm Snyder, que há anos enfrentava a depressão. Em entrevista, Zack Snyder diz que após tal tragédia, não tinha mais forças para lutar por seu filme e acabou se afastando do projeto, decisão que a Warner/DC tratou de aproveitar para afastá-lo em definitivo e trazer Whedon de vez para a direção. O resultado foi o fracasso do filme que vimos em 2017.
Mas Snyder ainda queria finalizar seu produto, mostrar ao mundo que sua visão de Liga da Justiça não era a pífia que foi aos cinemas, e com ajuda dos fãs, conseguiu este feito. É emocionante assistir no início do filme o diretor agradecendo a todos que o ajudaram nesta árdua jornada.
(Fonte: Techradar)
Assim, o filme não se preocupa em fazer novos fãs ou converter quem já odiava Snyder e sua visão dos heróis. O filme se concentra em agradar quem já gosta, aqueles que possibilitaram este projeto sair de um rolo de filme jogado numa estante e chegar aos streamings do mundo, Snyder faz por ele, pelos fãs e por sua falecida filha, a quem dedica uma bela canção nos créditos finais.
Entretanto, corre o risco de estar sendo inocente quem acha que Snyder venceu uma guerra contra a Warner ou que o estúdio foi bonzinho ao deixar o diretor lançar seu corte. A Warner vem se preocupando por não ter um carro chefe para seu Streaming, o HBO MAX, e viu no movimento do SnyderCut uma chance de capitalizar e trazer assinantes. Foi um movimento arriscado, mas em tempos de pandemia e com Disney + e Netflix surfando no mercado, era uma aposta necessária e até o momento, acertada.
Zack Snyder’s Liga da Justiça não é um filme perfeito, longe disso. Tem todas as qualidades e defeitos do diretor, talvez ampliados, mas é um filme anos-luz melhor que sua versão do cinema e uma ode aos fãs, mostrando ao mundo o poder que a internet e os fãs tem atualmente: de impelir um estúdio a gastar dezenas de milhões de dólares para praticamente refazer um filme anteriormente fracassado, e que agora, é um sucesso. Este é o legado do Snydercut.
(Fonte: Techradar)
Agora, já vemos pedidos de #RestoretheSnyderverse (Continuem o Snyderverso) sendo feitos por aí, e depois do Snydercut sair de boatos de fã a sucesso de Streaming, não é possível duvidar de nada. Eu, particularmente, gostaria de ver a sequência deste filme para encerrar de vez os planos do diretor para os maiores heróis da história do mundo, o final da história que Snyder planejou. O filme deixa pontas soltas para isso. Mas essa é uma discussão que não merece ser iniciada agora.
Agora, é o momento de assistir ao filme, se divertir, ficar feliz pela realização pessoal de Snyder e ter a certeza de que sim, sonhos podem se tornar realidade.
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