Semana Zack Snyder’s Liga da justiça #2 – O Visionário Zack Snyder

Tá chegando!

Como todo mundo já sabe, a nova versão do filme da Liga da Justiça vai sair nessa semana, desta vez, a versão original do diretor Zack Snyder, que havia (se) sido afastado do filme.

Este é um evento que está sacudindo a internet devido ao número de tretas e confusões em torno da versão que foi ao cinema e desta nova versão, mas uma pergunta ainda fica na mente do público geral:

Quem é Zack Snyder? Por que essa treta toda ao redor do filme? Vamos lá.

Zachary Edward “Zack” Snyder é um cineasta americano. Após uma premiada carreira em vídeos publicitários e clipes musicais, Snyder se enveredou pelo cinema, e de lá não saiu mais.

(Fonte: Denverpost)

Antes de assumir o DCU (Universo cinematográfico da DC), seu filme de maior sucesso foi o impecável 300 (2006) a adaptação da famosa HQ de Frank Miller. Após o sucesso de 300, Snyder também foi chamado para fazer a adaptação de Watchmen (2009), uma obra prima dos quadrinhos. Neste caso, as opiniões não foram unânimes como 300, muitos fãs reclamaram da versão do diretor, mas o resultado ainda foi lucro e boas críticas para Snyder e a Warner Bros., estúdio que distribui seus filmes.

Snyder ainda tem muitos filmes na bagagem como Madrugada dos mortos (2004), Sucker Punch (2011) entre outros, mas devido à sua maestria no quesito visual e o sucesso de suas adaptações de quadrinhos para as telonas, Snyder foi convidado pela Warner para dirigir o primeiro filme do Superman, que iniciaria o universo dos heróis da DC nos cinemas.

Inspirada pelo sucesso da Trilogia Batman – O Cavaleiro das Trevas de Christopher Nolan, e enciumada pelo sucesso dos filmes da Marvel, a Warner quis iniciar logo o projeto DC, e considerou a visão adulta, cínica, sombria e realista do diretor um bom contraponto aos heróis coloridos e descontraídos da rival.

(Fonte: entertainment weekly)

Assim, foi lançado o primeiro filme do DCU sob a direção de Zack Snyder: O Homem de Aço (2013). O novo filme do Superman, trazendo uma história adulta, séria e titânica. O filme não foi um sucesso de bilheteria, mas tampouco foi um fracasso. A crítica ficou dividida, mas se inclinava para o lado positivo, o que alavancou Snyder a continuar a encabeçar o universo DC nos cinemas. Até que um evento ameaçou abalar as estruturas dos filmes de super-heróis: o anúncio de Capitão América – Guerra Civil (2016), o filme que colocaria os heróis da Marvel para se enfrentar

A premissa era incrível, a Marvel monetizaria pesado em seu universo, e a Warner e DC filmes cresceram o olho.  Neste momento, Zack Snyder trabalhava na concepção de O Homem de Aço 2, o segundo filme do Superman, que continuaria de maneira cíclica e cadenciada a construção do universo DC, mas houve as pressões dos estúdios: a DC precisava ter sua super-equipe nas telonas. E assim, Snyder foi convencido (ou obrigado) a trazer mais peso para o segundo filme do Superman. Qual a melhor forma de dar peso a algo? Colocar o Batman!

Porém, Batman é um personagem grande demais para ser um coadjuvante, mesmo do Superman, e o filme acabou se transformando em Batman vs Superman, inspirado nas famosas sequencias dos quadrinhos onde os heróis se enfrentam. Ainda não era suficiente. Precisavam de um time de Super-heróis e não de uma dupla, assim, Snyder engoliu mais uma e teve de acrescentar a introdução da Mulher- Maravilha e de todos os outros membros futuros da Liga da justiça, assim surgiu Batman v Superman: A origem da Justiça. (2016)

Agora pense: O confronto de Batman contra Superman, a introdução de Batman, introdução da Mulher-Maravilha, de todo o resto da Liga, Lex Luthor, Apocalypse e a morte do Superman. Realmente, é muita coisa para ser trabalhada num único filme, e o resultado dividiu os fãs totalmente, criando os defensores de Snyder e seus Haters.

(Fonte: o vício)

O longa pagou seu custo, arrecadando mais de 850 milhões de dólares, mas a Warner não esperava menos de 1 bi, tendo em vista toda a premissa do filme. Assim, mesmo dando lucro, o filme foi considerado aquém do esperado, e a visão sombria e pessimista de Snyder sobre os personagens começou a ser questionada.

Neste momento, Zack Snyder, que era o líder criativo do universo DC nos cinemas, estava produzindo os filmes solo de Mulher-Maravilha (2017) e Esquadrão Suicida (2016), além do próprio filme da Liga da Justiça.  Mulher Maravilha foi um sucesso de público e crítica e Esquadrão Suicida fez dinheiro, mas é considerado um fiasco como filme. Tudo respingou em Snyder.

Assim, contrariados, pelas críticas e o retorno financeiro aquém do esperado, os executivos da Warner começaram a se mexer e lentamente iniciaram o processo de “fritura” de Snyder. Primeiro, foi afastado da liderança criativa do universo, lugar que foi ocupado por Geoff Johns, renomado roteirista de quadrinhos. Depois passou a ser “supervisionado” em pleno set por produtores da Warner, que tinham a missão de “controlar o tom do filme”, trazendo a visão de Snyder mais para perto do que a Warner queria para seu universo: leveza.

Nesse momento, uma tragédia aconteceu na vida de Snyder e sua esposa, a produtora Deborah Snyder: o suicídio de sua filha Autumm Snyder. A situação se tornou insustentável para o diretor, que teve de se afastar do projeto para ficar com a família, fragilizada pela tragédia.

Assim, a Warner decidiu não esperar pelo regresso do diretor e trouxe Joss Wheadon (Vingadores e Vingadores – Era de Ultron) para terminar o filme e montá-lo da forma que a distribuidora queria e Snyder foi afastado definitivamente do projeto.

Estas informações são as oficiais, mas há quem diga que Snyder já havia sido afastado bem antes do falecimento de sua filha. Há dezenas de boatos a respeito.

(Fonte: Chowbizz cheat)

Com o fracasso do filme, anos depois, e sob as pressões e súplicas dos fãs, Zack Snyder é trazido de volta para finalmente lançar o filme que tanto se dedicara. É notável a boa relação que o diretor tem com o elenco, onde todos levantaram sua voz para incentivar sua produção, e em especial, uma amizade com Henry Cavill, o Superman. Snyder já deixou claro que o filme é uma dedicatória à sua filha falecida e que sequer recebeu cachê para concluir sua nova versão; uma forma de manter poderes de negociação com os produtores.

Assim, essa semana, veremos o lançamento deste filme tão sofrido e aguardado. É possível ver a alegria no olhar do diretor a cada nova entrevista, ele encara de fato este filme como uma homenagem à memória de sua filha e, seja bom ou ruim, a própria existência e lançamento do Snydercut já é uma vitória para a família Snyder.