{Resenha} O Poço – Você aprende ou você enlouquece dentro dele

O que podemos aprender com esse filme?

“O Poço” é a nova febre a Netflix e com razão. Inclusive, acrescento ele ao meu ”top 10 filmes que estão na Netflix” por razões óbvias. Falar sobre esse filme sem dar spoiler será bem difícil, então, CUIDADO. Essa resenha CONTÉM SPOILER’S!

Já assistiu e quer saber o que eu achei e entendi? Vem comigo!

Não assistiu, mas quer saber mesmo assim? Ok, mas prepare-se para spoilers.

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(Reprodução: Netflix)

No longa acompanhamos Goreng, um homem que acorda numa prisão vertical ao lado de Trimagasi, seu companheiro de cela. Sem entender muito bem como funciona o processo ali dentro, Goreng tenta de todas as formas arrancar informações de Trimagasi, e só consegue depois de algumas tentativas.

Vamos a parte mais interessante: O Poço.

O poço é uma prisão dividida por níveis e me lembrou uma espécie de apartamento (cada pessoa permanece em um andar, no caso do filme são duas). Os níveis em primeiro instante aparentam começar no 1 e ir até o 200, mas quem já assistiu sabe que vai bem além disso. Todos os dias, os administradores (que ficam no nível 0) mandam um banquete em uma plataforma para alimentar os prisioneiros que estão ali. Lembrando novamente que o banquete vem de cima para baixo, ou seja, os que estão nos menores números (1,2,3.4, e afins) comem MUITO melhor já que recebem a comida intacta, e os que estão do nível 50 para cima comem pior, pois ficam com as sobras da comida de quem está cima. Imagine como os prisioneiros do nível 100 ficam? Sim, sem nem um farelo. Surreal, né? Mas isso é só o começo.

Uma coisa que eu achei interessante (e medonha) é que você não permanece no mesmo nível sempre. Assim como a plataforma, os personagens também descem e sobem. Se hoje você estava no nível 3, amanhã poderia estar no nível 100, e aí, meu amigo, o desespero é livre.

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(Reprodução: Netflix)

Outros personagens também entram na história: Uma mãe que também está presa no poço e está em busca de seu filho. A mulher surge em uma situação precária e sentada na plataforma. Trimagasi informa a Goreng que aquela mulher está em busca de seu filho, mas não acredita muito que ele esteja lá e que ela já tenha enlouquecido. Mas o preso pode levar algo para o confinamento? SIM! É revelado no filme que cada pessoa pode levar uma coisa para dentro do poço. Goreng escolheu levar um livro.

Conhecemos também a ex-funcionária da administração, que inclusive entrevistou Goreng antes dele entrar ali. A mulher também está bem abalada e escolheu levar seu cachorrinho para lhe fazer companhia. Com o passar do filme vemos que a situação se torna mais agoniante, porque quem está nos piores andares precisam fazer de TUDO para sobreviver. Sim, TUDO. Assassinato, tortura e canibalismo acabam se tornando alguma dessas coisas.

Desde a sinopse já entendemos que Goreng seria uma espécie de protagonista e salvador da pátria, já que ele que decide mudar o sistema, depois de ver que aquela situação era horrível e desumana.

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(Reprodução: Netflix)

Em um determinado momento o nosso protagonista acaba mudando de cela e tendo Baharat como seu companheiro. Baharat é um homem religioso e diz que já está próximo de ter sua liberdade, mas acaba se iludindo, pois não é bem isso que o filme mostra. A administração literalmente “caga” nele. Goreng convence seu colega a levar refeições para todos que estavam ali no poço, como forma de resposta a administração, afinal, poderia existir empatia mesmo diante daquela situação deplorável. Os dois decidem subir na plataforma e fazer pequenas porções para a dupla de cada nível, não deixando ninguém atacar o banquete. Ao chegar a um certo andar, os dois conversam com um sábio muito interessante que revela que eles precisam levar “uma mensagem” intacta aos administradores. Os dois então escolhem a Pannacotta, uma sobremesa aparentemente deliciosa.

A dupla resolve então continuar descendo para terminar de distribuir as refeições para depois subir com a sobremesa intacta. Porém, eles acreditavam que houvessem 250 níveis, e na realidade o último nível era o 333. Como eu já mencionei lá em cima, se a situação já era precária para quem estava no nível 100, imagine o que aconteceu com a galera que estava no 250 para cima? Sim, elas já estavam mortas. Ao chegarem no nível 333, eles encontram uma garotinha em baixo da cama. A menina estava intacta, porém, estava com fome. Goreng acaba dando a Pannacotta para ela representando a solidariedade verdadeira, sem imposição, e percebem que a menina é a mensagem. Após entenderem isso, Goreng deixa a menina na plataforma e a envia para a administração como forma de resposta para todos os pensamentos que eles tinham. Eis que a missão de Goreng se encerra já que ele precisava enviar a “mensagem” e conseguiu realizar isso.

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(Reprodução: Netflix)

O Poço é um filme muito importante já que aborda desigualdade social, pecados, egoísmo, entre outras coisas que infelizmente existem na nossa sociedade até hoje. Pare pra pensar: Refletindo sobre a situação atual do nosso país em frente a pandemia de coronavírus, o quanto de pessoas que só olham para o próprio umbigo, vão para mercados estocar comida sem pensar no próximo, são egoístas e mesquinhos?

Esse filme foi uma aula bem “dura” de como nos comportamos e do quanto precisamos mudar para que todos tenham direito de ter uma vida digna.

Já existem diversas teorias sobre esse filme. Alguns acreditam que o poço seja algo biblico, sendo o nível 0 o céu e os níveis maiores o inferno, e uns acreditam que a menina era só uma alucinação. O filme pode ser interpretado de diversas formas já que o seu final fica aberto.

Bom, é isso, pessoal. Essa foi a minha visão sobre “O Poço”.

E vocês, já assistiram? O que o filme representa para vocês?

 

 

5 thoughts on “{Resenha} O Poço – Você aprende ou você enlouquece dentro dele

  1. tenho uma resenha que fiz
    O filme se passa dentro de uma prisão vertical conhecida como O Poço e é liderado por Goreng (Ivan Massagué, que interpreta o papel de forma brilhante), um homem que toma a decisão de ir ao local por conta própria para parar de fumar. Dentro, ele conhece o idoso Trimagasi (Zorion Eguileor), seu “acompanhante de cela”. Após meses de prisão, o ancião explica ao homem como funciona o dia-a-dia: não há contato com o sol, não há tempo para fazer a barba ou fazer exercícios ao lado de fora. A única coisa que os dois fazem pelo resto da vida é esperar que uma plataforma de comida desça entre os andares todos os dias. Como Goreng e Trimagasi estão no 48º nível do Poço, eles devem esperar que os dois prisioneiros a cela de cima se alimente-se, para eles se alimentarem pra que a plataforma desça para o nível e baixo. Preparado desde o início número 0, o banquete suculento fica em todos os níveis por apenas dois minutos antes de passar para o próximo. Nenhum detento pode guardar alimento com sigo mesmo sem correr o risco de punição. Com o passar do tempo, Trimagasi explica ao protagonista que nem sempre eles têm comida e que os presos dos níveis superiores pouco se importam com quem está abaixo deles. O único inconveniente, e também o maior medo de quem mora no Poço, é que as duplas se alternam de 30 em 30 dias. Quem estiver no nível 1 pode ir para o nível 147, e quem estiver no nível 147 pode voltar para o nível 1. Essa dinâmica obriga todos os detentos a percorrerem diferentes rotas. Galder Gaztelu-Urrutia, em seu primeiro filme como diretor de longa-metragem, deslumbra com uma história que emprega elementos do filme de terror para dissecar a estrutura socioeconômica que enfrentamos diante do capitalismo. É uma metáfora para os terrores do sistema, em que cada indivíduo glorifica durante seu tempo no topo, enquanto as massas invisíveis no fundo perdem a vida. Goreng aprende com sua experiência que ninguém se beneficia de estar na prisão, mas que quase todos resistem às mudanças, incentivando cada indivíduo a comer o máximo que puder enquanto estiver em uma situação favorável. Até o conselho de Imoguiri (Antonia San Juan), uma de suas companheiras, abre os olhos do protagonista em meio ao caos. “Somente a solidariedade espontânea pode trazer mudanças”, ele ouve. Se todos comessem apenas o que lhes foi reservado, haveria comida suficiente para todos. Mas como essa mensagem pode ser ouvida quando quem tem muito só quer mais, enquanto quem não tem nada se transforma em canibais? Aliás, O Poço é um filme de terror que tem muito mais a dizer do que apenas apaziguar. Um efeito brutal permanece na narrativa, impulsionando-nos rapidamente para cima e para baixo do eixo vertical e obrigando-nos a testemunhar inúmeros horrores. É preciso um estômago forte, especialmente quando vemos o que acontece em níveis mais baixos, mas o fato de haver uma ideia maior significa que a trama evolui à medida que o filme avança. Independentemente de quão sombrio seja, a plataforma se move a uma velocidade tão vertiginosa que nos deixa sem fôlego quando percebemos o quão terríveis as coisas podem ficar. O resultado final pode não ser satisfatório porque não parece ser o que muitas pessoas esperavam, e não precisa ser. Ainda há momentos de alvo em um filme que retrata a opressão do sistema em que vivemos. Poço é uma produção escapista para quem deseja sentir inteiro em uma ficção de qualidade, mesmo que suas loucuras sejam incrivelmente semelhantes a nossa realidade, só que vemos de uma forma diferente. alguém pode me ajudar a ver se está boa tenho que entrgra sexta
    @mari.cavalcantt

    1. Boa noite! Então, você vai publicar em algum site? Pq tudo depende da forma com o site em questão é, mas, ao meu ver, ficou interessante sim.

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