Broker: Obrigada por ter nascido || Resenha
Vamos falar do aclamado “Broker”? Um filme que emociona, toca e comove.
“Broker” é um filme coreano, dirigido e escrito pelo japonês Hirokazu Koreeda. O longa teve toda atenção voltada para ele no Festival de Cannes, onde recebeu o prêmio do Júri Ecumênico e o de Melhor ator para o protagonista Song Kang-Ho.
Sinopse (AsianWiki)
Uma baby box é um espaço, onde os pais podem deixar seus bebês anonimamente. Sang-Hyun (Song Kang-Ho) encontra novos pais para esses bebês, ele se considera um corretor de boa vontade. Sang-Hyun trabalha com Dong-Soo (Gang Dong-Won) neste empreendimento. Eles se envolvem com So-Young (Lee Ji-Eun), que deixou seu bebê na baby box, mas voltou para buscá-lo. Enquanto isso, a detetive Soo-Jin (Bae Doo-Na) e a detetive Lee (Lee Joo-Young) estão atrás de Sang-Hyun e Dong-Soo.
Inquietante e sensível
À primeira vista o filme começa com um tapa na cara de quem está assistindo, já que vemos a protagonista feminina, So-Young, abandonando seu filho em frente a uma baby box, que são espaços onde pais podem deixar seus bebês de forma anônima. Essas caixas estão normalmente localizadas em igrejas responsáveis por orfanatos.
Contudo, o que ela não esperava é que a dupla, Sang-Hyun e Dong-Soo já tivessem pego o bebê para vendê-lo. E eles não esperavam que a mãe da criança voltasse no dia seguinte em busca da criança. Em um breve resumo, é a partir daí que “Broker” começa o seu desenrolar, falando sobre temas sensíveis e inquietantes para a sociedade.
Além disso, a protagonista feminina é digna de toda atenção, com uma história individual que faz você se questionar se tudo aquilo é moralmente aceitável. Ela te conduz pelo seu arco pessoal e apresenta a humana So-Young, uma mulher com defeitos, mas que ao mesmo tempo é vítima da sociedade, assim como os demais integrantes dessa viagem em busca da família perfeita para o bebê de So-Young.
Mas o que é uma família?
Com personagens humanos e imperfeitos, Koreeda quebra todo o conceito de família comercial de margarina e joga na nossa cara que a família é quem nós escolhemos para ser. Em “Broker”, essas pessoas estão totalmente quebradas e já se fecharam a muito tempo para o mundo. Nessa fragilidade individual de cada personagem, eles começam a se enxergar um nos outros e assim vão se abrindo aos poucos entre si.
Todos os indivíduos dessa história começam a criar laços e vínculos e nós como telespectadores conseguimos ver esses laços sendo criados. Tudo graças ao roteiro, que é lento e muito bem colocado, sem tensões adicionais desnecessárias ou vilões mirabolantes. “Broker” é sobre a vida. E como a vida não é perfeita e não existe nada que não seja dúbio, o longa retrata muito bem o que é a realidade.
Digno de todos os elogios e prêmios concedidos, “Broker” é uma forte recomendação para quem aprecia histórias genuínas, roteiros sensíveis e inteligentes.
Isso é tudo por hoje, eu me chamo Arieta Valherri e se você quiser saber o que estou assistindo no momento me siga no meu perfil do Twitter @arietavalherri.